Por SELES NAFES
O motorista de transporte escolar preso hoje (22) pela Polícia Civil do Amapá teria abusado de duas meninas de 9 e 11 anos. A mais nova relatou à polícia que ele chegou a pedir que ela recebesse um bombom da boca dele.
O caso, ocorrido no ano passado, é um dos inquéritos abertos contra um idoso de 64 anos que trabalhava como motorista para famílias que o contratavam para levar e buscar crianças em escolas.
Ainda no caso da menina de 9 anos, as investidas teriam iniciado em maio com oferecimento de doces de forma insistente, sempre no trajeto para a escola. As atitudes evoluíram para beijos no rosto e elogios do tipo: “você é a minha preferida”.
“Por fim, em dezembro de 2023, a criança chegou chorando muito em casa e relatou que tinha ficado com muito medo porque o indiciado tentou ‘pegá-la’ e fazer com que ela pegasse um bombom diretamente da boca dele”, explica a delegada Katiúscia Amaral, da Delegacia de Repressão a Crimes contra a Criança e o Adolescente (Dercca).
Ainda no relato à polícia, a menina disse que o motorista mudava de rota para deixar primeiras outras duas alunas, apenas para ficar sozinho com ela no carro.
Manga e beijo
Já a menina de 11 anos relatou que as importunações ocorreram entre fevereiro e maio deste ano, quando ela pegava mangas que caíam de uma árvore na frente da casa do acusado, que mora próximo da garota, na zona oeste.
Quando ela não apanhava as frutas, ele às oferecia gentilmente para conquistar a confiança da menor. A menina disse que aceitou dinheiro e caronas para a escola quando o idoso passou a segui-la bem cedo. Numa das vezes, o motorista passou a mão nas pernas dela e a beijou na boca.
A menina contou toda a história para a mãe quando esta passou a desconfiar de um carro parado com frequência na frente da casa da família. Era possível ver que dentro do veículo um homem observava o imóvel. Era o motorista que oferecia mangas e carona.
Além dos dois casos, o idoso chegou a ser preso em flagrante em 2015 por estupro de vulnerável. Não foi divulgado se houve condenação.
A justiça acatou pedido da delegada Katiúscia Amaral e decretou a prisão preventiva dele para garantia da ordem pública, e por fortes indícios de crimes e risco de fuga. A investigação apontou que ele começou a morar recentemente no Marabaixo e colocou o imóvel à venda.