“Nós sentimos a dor do familiar”, diz major bombeiro do AP atuante no RS

16 especialistas em resgates do Amapá buscam corpos em deslizamento em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul.
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Por IAGO FONSECA

Bombeiros do Amapá especialistas em salvamento em águas turvas, deslizamentos e construções colapsadas entraram no terceiro dia de buscas por vítimas no Rio Grande do Sul nesta semana.

Os profissionais atuam no município de Bento Gonçalves, afetado por mais de 100 ocorrências de deslizamentos de terra após chuvas e enchentes na região.

O trabalho dos 16 amapaenses é concentrado no município junto com equipes dos estados de São Paulo e Tocantins. A equipe busca por três vítimas desaparecidas com auxílio de equipamentos próprios enviados do Amapá e cães farejadores do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal.

Sob frio intenso, em temperaturas variáveis de 5° a 10°, o grupo inicia os trabalhos já pelo fim da madrugada com os preparativos e orientações do dia. Às 7h começam as buscas pelos destroços, que só terminam ao anoitecer.

Bombeiro amapaense procura por corpos em meio a cenário devastado pela força das águas

Major amapaense é o mais antigo, por isto chefia a missão em Bento Gonçalves

“Lidamos com muita tristeza, o cenário é de destruição, nós sentimos a dor do familiar. Lamentamos, porém, precisamos atuar da melhor forma possível, para dar a grande resposta para família, que é localizar o corpo e entregar para que façam um enterro digno. O que vemos é que o povo do Rio Grande do Sul é muito solidário, muitos civis ajudando a salvar vidas, no que for necessário para ajudar ao próximo”, destacou o major Aderaldo Leite, comandante da equipe de busca, resgate e salvamento do Corpo de Bombeiros Militar do Amapá.

Ele é o mais antigo dentre os oficiais das outras instituições dos bombeiros no local, por isso, é quem comanda e coordena toda a operação de busca e recuperação dos corpos na região de Bento Gonçalves.

Cenário é de completa devastação

Dia após dia, eles procuram por corpos

“É uma região rural em cima da montanha, tem muita previsão de chuvas, ventos fortes e a temperaturas baixas. É um trabalho muito cansativo, exaustivo, mas em nenhum momento os bombeiros do Amapá mostram sinais de desmotivação, pelo contrário, essa é a nossa missão principal, localizar os três corpos que estão desaparecidos e entregá-los aos familiares”, declarou o comandante.

Devido à dificuldade de acesso aos terrenos deslizados, um quartel foi montado na paróquia da cidade para dar suporte nas atividades, com Internet via satélite cedida pelo Amapá, segundo o Governo Estadual. Máquinas pesadas são utilizadas para a retirada de escombros e drones auxiliam na visualização aérea do perímetro.

Equipe de especialistas do Amapá que atua no RS

Transporte de pacientes TFD

Antes de chegar ao Rio Grande do Sul, a equipe amapaense recebeu a primeira missão: transportar, de Porto Alegre (RS) até Florianópolis (SC), pacientes e acompanhantes do programa de Tratamento Fora de Domicílio do Amapá. Sete pessoas e um cachorro voltaram ao estado amapaense em 13 de maio.

“Foram mais de 400 km durante a madrugada entre Porto Alegre e Florianópolis. Fizemos essas ações humanitárias e depois viemos para Bento Gonçalves”, relatou o major Leite.

Seles Nafes
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