Por IAGO FONSECA
A usina de oxigênio doada ao Amapá e cedida ao município de Macapá durante a pandemia está completamente abandonada, atrás da quadra do Bairro Santa Inês, na orla da cidade, onde eram atendidos casos de Covid-19 na capital até 2022.
O equipamento, avaliado em R$ 1,2 milhão foi saqueado, teve cabos elétricos roubados e não apresenta boas condições de uso.
O local onde funcionou o “Centro Covid”, ou Unidade de Triagem e Acolhimento (UTA) para Síndromes Respiratórias, na orla de Macapá, foi desativado em outubro de 2022 pela Secretaria de Saúde do município. Desde então, o local foi esquecido pelo Poder Público.
As estruturas internas da usina foram depredadas, fiações finas foram rompidas e cabos elétricos mais grossos roubados. Toda a rede elétrica foi retirada, restando somente os disjuntores. A sala onde está instalada a usina também virou ‘banheiro público’ para moradores de rua, com cheiro forte de fezes e urina.
Uma moradora da vizinhança afirmou ao Portal SelesNafes.com que o local é escuro durante à noite. De acordo com ela, havia um vigilante no local, mas há muito tempo não vê movimento de pessoas.
A usina chegou ao Amapá em março de 2021 em um avião da Força Aérea Brasileira, que trouxe a estrutura da capital paranaense, Curitiba (PR). Ela foi doada pela iniciativa privada ao Estado, a pedido do senador Davi Alcolumbre (UB). O equipamento foi o terceiro instalado no estado.
O equipamento foi cedido à prefeitura de Macapá pelo governo para atuar de forma estratégica no enfrentamento da Covid-19 naquele ano – à época pacientes sofriam com falta de ar, um dos sintomas da doença. A usina doada permitia abastecimento de oxigênio a 32 cilindros de 7 metros cúbicos a cada 24 horas.
Em dezembro de 2023, o Portal SN apurou no local o descarte irregular de lixo hospitalar nos fundos da quadra. Havia no local seringas, tubos de respiração e pacotes lacrados de algodão, entre outros itens hospitalares, que foram retirados pela prefeitura. Entretanto, a usina permaneceu.
Na tarde desta quarta-feira (8), a reportagem retornou ao local e constatou que um cadeado foi colocado numa grade de proteção – uma segurança simplória para um equipamento tão caro e útil.