Por SELES NAFES
Uma nova ação judicial contra ex-gestores da Assembleia Legislativa do Amapá (Alap) virou munição na guerra entre o Sindicato das Empresas de Ônibus (Setap) e a presidente da Companhia de Trânsito de Macapá (CTMac), Patrícia Almeida. O sindicato amplificou uma campanha de informação que tenta pressionar a gestora a cumprir a ordem da justiça que manda devolver as garagens às empresas, sob intervenção municipal há quase dois anos.
Ex-secretária legislativa da Alap, Patrícia Almeida é ré num processo movido pelo Ministério Público do Estado, que pede a devolução de R$ 3,5 milhões aos cofres públicos, supostamente desviados da Assembleia Legislativa.
De acordo com o MP, em 2011 a então secretária legislativa iniciou o esquema que contratou uma empresa para fornecer material de expediente para os gabinetes, além de serviços de impressão, encadernação e plastificação.
Patrícia teria ratificado em memorando a necessidade de fazer a compra em “caráter emergencial”, ignorando o fato de os gabinetes parlamentares possuírem verba própria para esses fins. Apesar dos pagamentos, os materiais não teriam sido entregues pelo fornecedor.
“Resumidamente, dos R$ 628.621,30 (seiscentos e vinte e oito mil, seiscentos e vinte e um reais e trinta centavos) pagos pela ALAP à empresa D. Amanajás de Almeida – ME, constata-se que pelo menos R$ 510.000,00 (quinhentos e dez mil reais) foram sacados em espécie”, afirma o promotor de justiça Adriano Nonaka.
Para ele, Patrícia colaborou com “atos ímprobos, conferindo a condição ideal para dar início ao esquema de fraude ao procedimento licitatório”.
Patrícia Almeida, os ex-deputados Moisés Sousa (ex-presidente), Edinho Duarte, ex-diretores da Alap e empresários são acusados de danos ao erário e enriquecimento ilícito.
O sindicato das empresas tem aproveitado cada oportunidade para tentar desgastar publicamente Patrícia Almeida, com produção de notas à imprensa que procuram evidenciar um suposto despreparo dela para a condução da CTMac, especialmente nos processos judiciais que envolvem a queda de braço entre ela e o Setap. Neste novo episódio da ação da Alap não foi diferente.
Amanhã (14), termina o prazo dado pela justiça para que a CTMac devolva às empresas o controle das garagens de ônibus, assumida pela prefeitura durante a pior crise já vista no transporte público de Macapá. O serviço foi regularizado graças a entrada de uma nova empresa com mais de 40 ônibus, mas está longe de ser o ideal para atender a população.