Por IAGO FONSECA
Um adolescente de 14 anos foi investigado pela Polícia Civil do Amapá por ameaçar ataques em uma escola pública em Macapá e buscar meios de comprar armas de fogo pela Internet. Ele foi responsabilizado após a conclusão da investigação e deve cumprir ação socioeducativa.
As mensagens em chat privado no Facebook foram trocadas com outro adolescente da Bahia. O teor das conversas indicava a intenção dos adolescentes de adquirir armas de fogo e realizar massacres em escolas. Para a Polícia Civil, o adolescente de Macapá afirmou que as declarações foram feitas por raiva ao ambiente escolar após sofrer bullying.
“Ele participava desses grupos de ódio e confessou a prática do ato infracional, então foi devidamente responsabilizado e a investigação foi finalizada. Ele vai responder pelos atos praticados junto ao Juizado da Infância e Juventude por atos infracionais e, ao final, certamente será submetido a uma medida socioeducativa. A partir daí, o juiz pode aplicar desde uma advertência até a restrição da liberdade, que seria a internação, de acordo com o caso concreto e conforme as provas”, explicou a delegada Daniella Graça, titular da Delegacia Especializada na Investigação de Atos Infracionais (DEIAI).
A investigação iniciou após denúncia de uma equipe do Ciberlab do Ministério da Justiça e Segurança Pública. As informações sobre as conversas foram enviadas pela HSI (sigla em inglês da Diretoria de Investigações de Segurança Interna) da embaixada norte-americana no Brasil.
“Quando se percebe que há participação em grupos de ódio, que há conversas inadequadas, conversas com conteúdos ilícitos em redes sociais, esses autores são devidamente identificados. A polícia trabalha com inteligência, e essas pessoas podem, e normalmente vêm a ser identificadas e sofrem as reprimendas da lei”, continuou a delegada.
Delegada Daniela Graça: “A polícia trabalha com inteligência, e essas pessoas podem, e normalmente, vêm a ser identificadas e sofrem as reprimendas da lei”
A zona da capital onde as mensagens foram enviadas e a escola envolvida no caso não foram divulgadas pela Polícia Civil. A delegada reforçou que situações de bullying devem ser notificadas aos pais e à coordenação escolar para que sejam tomadas as ações apropriadas.
“Deixamos claro que o fato de a pessoa sofrer bullying no ambiente escolar ou sofrer algum tipo de violência não justifica que ela pratique outro ato infracional. Nós temos um projeto denominado ‘Polícia Civil nas Escolas’ que é voltado para a rede pública e particular do Estado, para fazermos o trabalho de prevenção aos atos infracionais”, concluiu. Ela disponibilizou o e-mail [email protected] para solicitação da visita policial. As escolas interessadas devem fornecer número de telefone.