Por JONHWENE SILVA, de Santana
Alunos da Escola Estadual Augusto Antunes, que fica em Santana, a 17 de Macapá, teriam ingerido bebida alcoólica e ‘desmaiado’ bêbados dentro do estabelecimento de ensino. O caso teria ocorrido na última segunda-feira (17).
Um vídeo que circulou nas redes sociais mostra duas estudantes deitadas, uma no chão e outra em um banco. Um terceiro estudante também estaria envolvido. Ele teria levado para a escola uma garrafa de vodka.
Os jovens estariam num local conhecido como “área de fumantes”, onde o circuito de câmeras da escola não alcança. A direção da unidade educacional já identificou os envolvidos e tomou medidas disciplinares.
Atualmente, a Escola Augusto Antunes possui 400 alunos e funciona em regime de ensino integral. A direção informou que os três estudantes estavam sob efeito de álcool, sendo duas meninas e um menino, todos adolescentes.
A escola reconheceu que há uma deficiência na cobertura do sistema de câmeras e que já havia solicitando providências junto à empresa responsável pelo monitoramento.
“Está faltando em muitos espaços na escola. O monitoramento esteve hoje para verificar, fez o levantamento. Já havíamos solicitado há bastante tempo. Foi constatado que existem alguns pontos cegos e hoje houve a necessidade de mais trinta e duas câmeras a mais na escola”, explicou o diretor, Franciley da Silva Correa.
Segundo a direção, após comum acordo com os pais e responsáveis dos alunos, que estiveram reunidos, ficou decidido que os mesmos seriam transferidos para outra escola.
O diretor afirmou que, na intenção de tentar evitar a entrada de ilícitos, tem orientado inspetores, monitores e até mesmo os alunos que denunciem ao corpo técnico escolar ao notarem atitudes suspeitas. Também ressaltou que não há como revistar os discentes.
“Em virtude desse quantitativo, são aproximadamente quatrocentos alunos, e a gente não tem esse poder, a lei não permite isso. Enquanto escola a gente tem orientado os monitores, alunos e inspetores, a denunciar anonimamente. A gente tem feito esse trabalho, mas é difícil controlar pois a escola é muito grande”, afirmou o diretor.
O diretor também garantiu que já no dia seguinte ao fato, terça-feira (18), a coordenação pedagógica iniciou um planejamento e uma roda de conversa com os estudantes.
“Para dialogar com os estudantes, planejamos uma roda de conversa. Para dialogar sobre os malefícios do álcool das drogas, para fazermos um trabalho educativo para tentarmos entender o que se passa com estes alunos que, por ventura, estejam em vulnerabilidade”, explicou.
Veja a íntegra da nota divulgada pela direção da Escola Estadual Augusto Antunes:
“Reconhecida há mais de 50 anos por seu inestimável compromisso com a educação de qualidade no município de Santana, a escola estadual Augusto Antunes vem a público esclarecer que o episódio ocorrido nas dependências da escola no último dia 17 de junho, envolvendo três alunos, encontrados sob efeito de bebida alcoólica, está sendo devidamente apurado pela gestão escolar, com auxílio dos familiares dos estudantes envolvidos.
O lamentável fato, distorcido pelos inquisitores virtuais, que se alimentam da crítica irresponsável e mal intencionada, não faz parte da rotina da escola como veiculado, por se tratar de um fato isolado, envolvendo um pequeno grupo de adolescentes em situação de vulnerabilidade, o qual já foi identificado e encaminhado aos setores educacionais multidisciplinares competentes.
A escola esclarece ainda que trabalha incansavelmente para atender com segurança e qualidade pedagógica sua comunidade, tendo nos últimos anos aumentado o número de inspetores e auxiliares de disciplinas em seus espaços, bem como enfatizando cotidianamente aspectos emocionais e formativos em sua proposta curricular.
Contudo, reconhece que, não diferente da realidade do resto do país, os desafios enfrentados pela escola em relação à vulnerabilidade social refletida por seus jovens estudantes existem e são preocupantes, mas acredita indubitavelmente na educação que dialoga, restaura e transforma, no sentido de que por ela todos são responsáveis e dela são partes; concepção histórica de quem engrandece e não desqualifica o fazer educacional”.