Por IAGO FONSECA
Não é só prejuízos à paisagem urbana e ao trânsito de pedestres que os cabos de fibra óptica e telefonia, caídos e emaranhados, trazem no Centro Comercial de Macapá. Essa infraestrutura de comunicação esquecida pelas empresas após manutenções ou rompimentos aumentam o risco de acidentes nas vias públicas.
Em julho de 2023, a prefeitura de Macapá definiu regras técnicas para a disposição dos fios, sob pena de multa. No entanto, o que se vê pela capital é um aumento desses cabos caídos, por vezes suspensos por fios de tecido ou encostados em fachadas de lojas.
Um atendente de uma loja de roupas na Rua Cândido Mendes, que preferiu não se identificar, revelou que há mais de um mês os cabos tocavam o chão, mas foram pendurados na fachada de uma loja pelos funcionários das empresas de Internet.
“Um caminhão arrebentou os fios lá na outra esquina e eles foram caindo pra cá. Eles (funcionários) vêm colocar internet nova em algum estabelecimento e em vez de usar ou retirar os antigos só colocam um novo. Aí vai acumulando”, relatou o vendedor.
De acordo com o decreto municipal, as operadoras deveriam identificar seus cabos estendidos com plaquetas e retirar os que não são utilizados pela rede em um prazo de seis meses. Além disso, o documento definiu que a estrutura deve ficar a 6 metros de distância do solo e a 7 metros no percurso do bloco A Banda.
O Portal SN procurou a Companhia Municipal de Iluminação Pública (Cipemac) em busca de informações sobre a aplicação das multas municipais. A instituição informou que fará um levantamento e retorna em breve.
Marcos Pereira, gerente de Relações Institucionais da Cea Equatorial, contou ao site que a manutenção dessa infraestrutura de fibra óptica é de responsabilidade das empresas de Internet e telefonia, como parte dos serviços de manutenção da rede.
“É algo bem corriqueiro na prestação de serviço. As operadoras compartilham a infraestrutura dos nossos postes e pagam um valor definido pela Aneel. Esse valor pago não fica com a distribuidora, é utilizado na modicidade tarifária, para reduzir a conta de energia”, explicou o gerente.
A distribuidora tem, ainda, o projeto Rede Limpa, junto com as empresas privadas de telecomunicações para padronizar e revitalizar o cabeamento de rede em locais estratégicos e previamente mapeados no município de Macapá. Os serviços do projeto-piloto iniciaram na Rua Cândido Mendes, entre as Avenidas Padre Júlio e Mendonça Júnior.
Na manhã de ontem (17), uma audiência pública na Assembleia Legislativa debateu o projeto e a iluminação pública. Foi definida a criação de um grupo de trabalho para acompanhamento do tema, com participação da Anatel e do Prodap.