Por IAGO FONSECA
Para reduzir o tempo de buscas e agilizar resolução de casos, as forças de segurança do Amapá aderiram à campanha nacional “Não Espere 24h”, do Ministério da Justiça e Segurança Pública. A iniciativa busca conscientizar a população a registrar o boletim de ocorrência de desaparecimento de pessoas imediatamente.
De acordo com a Polícia Civil, o movimento é para desmistificar a ideia de que é necessário aguardar 24 horas antes de comunicar as autoridades sobre o desaparecimento de pessoas, já que o tempo é parte primordial dos protocolos de definição do paradeiro da possível vítima.
“Não existe, nunca existiu qualquer tipo de prazo. Se ocorrer uma situação que fuja do habitual de uma criança, adolescente, adulto ou idoso, que desapareça do convívio do familiar, e esse familiar sinta que foi uma situação completamente excepcional, ele já pode registrar o desaparecimento”, destacou o delegado Leonardo Leite, coordenador do Núcleo de Investigações de Pessoas Desaparecidas, subsidiada da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Pessoa (Decipe) da Polícia Civil, que ele também é titular.
A campanha nacional foi lançada em 21 de maio, em alusão ao Dia Internacional da Criança Desaparecida, porém, no Amapá, o movimento busca conscientizar o registro de desaparecidos em qualquer faixa etária. Segundo o delegado, a maior parte das ocorrências são por motivos banais, com alta taxa de localização, mas que podem evoluir para ocorrências mais graves.
“A gente fica monitorando casos em, entrando em contato com comunicantes para saber se essa pessoa retornou. Às vezes é uma criança ou adolescente sai de casa para brincar, vai pra escola e não retorna e não avisa o pai e a mãe, não avisa ninguém. Há casos de adultos que saem no final de semana e não voltam pra casa, aí os pais já ficam preocupados. E há outros casos pontuais podem evoluir para um homicídio”, reforçou o delegado.
O Núcleo de Investigações de Pessoas Desaparecidas, da Decipe, concentra as ocorrências registradas em qualquer delegacia de Polícia Civil de Macapá. Nos demais municípios do estado, o Departamento de Polícia do Interior (DPI) montou o setor nas delegacias, que recebem e apuram ocorrências de pessoas desaparecidas presenciais ou pela Delegacia Virtual.
“De acordo com dados de 2022 que a gente apresentou para o Ministério da Justiça, que foi o último relatório que a gente fez, de 343 desaparecimentos que ocorreram no estado, 142 eram de crianças adolescentes, ou seja, um percentual alto de 41%, isso não quer dizer que esses adolescentes e crianças não retornaram, podem ter casos em que o desaparecido retorna por meios próprios, a família localiza e não comunica a atualização no boletim de ocorrência. Isso também precisa ser informado”, finalizou o delegado Leite.