Com focos de dengue e chorume, Feira Maluca tem sinais de abandono

Feirantes se organizam por conta própria para fazer a limpeza dos corredores semanalmente
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Por IAGO FONSECA

Feirantes da tradicional e emblemática Feira Maluca, no Bairro Buritizal, zona sul de Macapá, têm sofrido com o abandono do local, que tem afastado trabalhadores e clientes por falta de manutenção, acúmulo de chorume e focos de dengue.

O prédio inaugurado em 2019, no mesmo local da antiga Feira Maluca, recebeu reformas no valor de quase R$ 305 mil e foi entregue novamente em maio de 2023 pela Prefeitura de Macapá.

Um ano depois, quem entra na feira pode observar que poucos boxes permanecem ocupados por empreendedores.

Apesar de ter clientela nas lanchonetes da entrada da feira, a feirante Benilza dos Santos contou ao Portal SelesNafes.Com que o movimento tem caído desde o início deste ano, com a ausência de vendedores de carnes e peixes. Outro trabalhador do local também alegou que muitos mosquitos transmissores da dengue no prédio.

Banheiro PCD virou depósito de cubas. Fotos: Iago Fonseca

Banheiro masculino em péssimo estado de conservação

Movimento está bastante fraco

“O movimento está fraco, o que movimenta aqui é o peixe e tem pouco. Lá fora dá muita gente, mas aqui tem parado mesmo. Aí teve essa coisa de dengue esses tempos agora, eu não vou lá atrás porque sou diabética e tenho um problema no coração, preciso ter o dobro de cuidado. Tem vezes que eles passam dois dias sem tirar o lixo, incomoda o cheiro, entra para cá e fica aquele fedor”, revelou a mulher.

No fundo do prédio, uma caçamba de entulho recebe os descartes sólidos da feira, porém, os líquidos se concentram em uma poça de chorume, rodeada por urubus que aguardam pelas sobras de alimentos.

O Portal SN procurou pela administração da Feira Maluca, que possui uma sala própria, mas a porta estava fechada e não foram localizados responsáveis.

Atrás da feira, a situação é crítica …

… com poça de chorume, urubus e focos de dengue

Além dos boxes vazios e do lixo, os banheiros também demonstram o abandono. Pias e vasos sanitários estão cobertos por sujeira e dejetos, as divisórias de mármore estão quebradas e não há lâmpadas no local. O banheiro para pessoas com deficiência (PCD) virou depósito de cubas de isopor, com fezes pelo chão.

Mesmo com a baixa circulação de pessoas, o empresário Orlando Ferreira afirmou que há clientes, mas falta a disponibilidade de mais produtos de qualidade na feira. Ao site, ele revelou que os próprios feirantes se organizam para pagar pessoas para limparem as áreas onde há o mercado de peixes, açaí e lojas de acessórios.

“Quem trabalha com esse produto de alimento, vamos supor o peixe, tem que ter uma força da prefeitura porque sujeira é grande. Agora dizer que a clientela se afastou não é pra tanto assim. Ontem foi o dia da limpeza, melhorzinho hoje, nós mesmos que se a sujeitamos a pagar, até porque nós usamos o espaço”, destacou o empresário, que reforçou também a necessidade de manutenções do espaço pela prefeitura em relação ao esgoto.

Enquanto lanchonetes recebem grande parte da clientela …

… muitos boxes …

… estão vazios

“Olha, de vez em quando é um problema sério. Entope tudo, fica podre, fica tudo ácido, aquele fedor de peixe, o odor que é forte. A prefeitura tinha que estar mais em cima, nós estamos precisando de várias coisas aqui. Era bom o prefeito vir aqui assim, sem limpar nada, no dia a dia, numa surpresa. Se anunciar vão limpar tudo antes”, lamentou.

O Portal SN entrou em contato com a Secretaria Municipal do Trabalho, Desenvolvimento Econômico e Inovação, responsável pela gestão da feira, que prometeu responder uma nota, contudo, até o horário desta publicação a resposta ainda não havia sido emitida.

Seles Nafes
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