Por OLHO DE BOTO
Um ex-conselheiro tutelar do município de Laranjal do Jari, a 280 km de Macapá, foi indiciado nesta quarta-feira (5), Dia mundial do Meio Ambiente, por atear fogo e desmatar uma área de proteção permanente na região. O caso foi investigado pela equipe Delegacia de Meio Ambiente (Dema).
O posseiro do terreno é Elenilson Lima Espirito Santo, conhecido como Nilsinho. Ele é bastante popular no município por ter ocupado a função de conselheiro na cidade. A área em questão fica às margens da BR-156, no Ramal do Igarapé do Meio.
De acordo com as investigações, ele teria colocado fogo intencionalmente na área e promovido cortes seletivos em vários pontos de mata fechada. À época, a DEMA apreendeu uma grande quantidade de madeira processada.
O delegado Wellington Ferraz explicou que as investigações iniciaram em novembro do ano passado, quando equipes da Dema realizaram a Operação Protetores do Bioma, e estiveram na propriedade rural de Nilsinho.
Ferraz ressaltou que o crime chamou mais atenção porque na época em que foi cometido, o estado sofria com as queimadas e a seca no cerrado.
“Vale destacar, que à época dos fatos, estávamos vivendo um calor extremo, muito por conta de questões climáticas e da intensa estiagem em todo o Estado, o que favoreceu a ocorrência de diversos focos de incêndio, muitos, criminosos, como o ora aqui investigado, ocasionando problemas de toda ordem, inclusive respiratórios na população em geral”, reforçou o delegado.
Ele contou que Nilsinho alegou ter perdido o controle do fogo que colocou na área e as chamas se alastraram mais do que o planejado. Já sobre o desmatamento, ele afirmou que seria para utilização de obras em seu próprio terreno.
No entanto, segundo a polícia, a quantidade de pontos desmatados, os ramais abertos na área de floresta nativa, o incêndio proposital, as madeiras processadas em formato comercial, o tipo de madeira, tipicamente apreciado pelas madeireiras e a volumetria observada, fizeram a polícia não acreditar nos argumentos dele. Por isso, ele acabou indiciado pelos delitos ambientais.
“Ficou muito evidente nas investigações que os cortes nas madeiras eram com fins comerciais”, completou o delegado.