Por SELES NAFES
O governo federal decidiu, nesta terça-feira (11), anular o leilão para comprar arroz importado, em virtude das enchentes no Rio Grande do Sul. A decisão foi publicada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), após a enorme repercussão sobre o perfil das empresas que venceram o certame superior a R$ 1,3 bilhão.
Entre as empresas vencedoras está a Queijo Minas, de Macapá, que 10 dias antes do leilão tinha um capital de apenas R$ 80 mil. Ela alterou o capital para R$ 5 milhões e arrematou mais da metade da encomenda de 300 mil toneladas.
A empresa do Amapá iria receber mais de R$ 736 milhões pelo produto beneficiado, mas ela e outras vencedoras tiveram a capacidade técnica colocada em dúvida. A empresa se pronunciou publicamente afirmando ter experiência de 17 anos no ramo atacadista e de armazenamento, e que obteve faturamento de R$ 60 milhões, em 2023.
Hoje, o Ministério da Agricultura informou que estuda um novo leilão “ajustado” para comprar o grão e evitar a alta do preço em função das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, responsável por 70% da produção nacional de arroz.
Grupos empresariais contrários ao leilão argumentam que, em caso de falta do produto, o Mato Grosso teria condições de fornecer o alimento. Além disso, quando as enchentes iniciaram em março, o RS já tinha colhido mais de 80% da safra.