Por SELES NAFES
Um processo que apurava a conduta de um médico do Hospital de Emergência de Oiapoque, cidade a 590 km de Macapá, acusado de atendimento negligente que terminou na morte de um preso dentro da delegacia, acabou na absolvição do profissional. A decisão foi do juiz Luís Conservani, da 2ª Vara de Oiapoque.
A ação foi movida pelo Ministério Público, a partir da morte de Erick Wilame Góes Nascimento, de 19 anos, ocorrida no dia 3 de outubro de 2016, por volta das 20h30. O médico Detimar Sarmento era acusado do homicídio culposo.
De acordo com os autos do processo, Erick se envolveu numa confusão com um antigo amigo, e foi acusado de roubo. Após ser agredido com uma paulada na cabeça, e foi levado por uma guarnição da PM até o hospital.
Ele recebeu o primeiro atendimento da equipe médica, como curativos, mas não chegou a ficar internado. O jovem foi liberado pelo médico Detimar Sarmento para ser levado ao Ciosp do Oiapoque, logo em seguida. Na delegacia, no entanto, ele passou mal e desmaiou. Uma equipe do Corpo de Bombeiros tentou a reanimação na delegacia e o levou de volta ao hospital, onde o óbito foi confirmado.
Uma testemunha chegou a afirmar em depoimento à justiça que Erick teria sido agredido na delegacia por um policial militar, mas a perícia não encontrou outras lesões no corpo dele além dos ferimentos na cabeça que já tinham sido tratados no hospital.
Também ficou evidente, à época, a falta de estrutura de exames de imagem para checar a gravidade dos ferimentos na cabeça. Na época, a própria Polícia Civil afirmou que Erick era inocente da acusação de roubo.
O juiz entendeu que não havia provas contra o médico, e decidiu absolvê-lo.