Por duplo homicídio no trânsito, Dawson Rocha começa a ser julgado

Dawson da Rocha Ferreira é acusado de matar duas pessoas no trânsito, em Macapá.
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Por IAGO FONSECA

Começou nesta manhã de segunda-feira (3) o julgamento do comerciante Dawson da Rocha Ferreira, acusado de duplo homicídio no trânsito, em janeiro de 2021. A sessão é presidida pela juíza Lívia Simone Cardoso, que iniciou os trabalhos de Júri Popular às 9h30, no Fórum, no Centro de Macapá.

Ela sorteou, em conjunto com a acusação e defesa do réu, 7 jurados que ouvirão os depoimentos de todas as testemunhas. A expectativa dos juristas é que o julgamento se estenda, pelo menos, até às 22h, mas existe a possibilidade de avançar para o dia seguinte.

Familiares das vítimas, Mickel da Silva Pinheiro e Rosineide Batista Aragão, acompanham os trabalhos. Diferente de outros casos de Júri Popular já registrados no Amapá, eles foram impedidos de entrar com camisa estampada e cartazes.

“A gente espera que a justiça seja feita, que esses últimos anos não tenham sido em vão. É muito difícil, principalmente nas datas comemorativas, reuniões de família. Sempre volta um filme daquele dia”, declarou, emocionada, Keliane Aragão, filha de Rosineide.

Benjamin Lax: “há provas que havia droga do tipo cocaína dentro do carro”

Advogados assistentes da acusação

A acusação, liderada pelo promotor Benjamin Lax, que tem o auxílio dos advogados assistentes Renato Nery, Paulo Feio e Marcelino Freitas, busca a condenação de Dawson por duplo homicídio doloso e dos crimes de direção de veículo sob efeito de álcool e sem habilitação.

“Existem provas no processo a indicar que ele estaria sob efeito de substância que provoca a perda da capacidade do psicomotor, o álcool. Também há provas que havia droga do tipo cocaína dentro do carro. Contudo, me parece que a culpa mais grave é de ver o fato do laudo pericial ter constatado que no momento do impacto ele estava a 184 km por hora na Avenida Padre Júlio, no coração da capital”, argumentou o promotor.

A defesa afirma que, de fato, houve o crime e lamentou pelas vítimas, mas alega que Dawson não teve intenção de matar no trânsito. A equipe de advogados do réu tentou adiar o júri pela ausência de um deles, que participou de um evento esportivo da Ordem dos Advogados e só retorna a Macapá no início da tarde. A juíza recusou o adiamento.

Irmão, filha e familiares de Rosineide. Fotos: Iago Fonseca

Familiares de Rosineide acompanham a sessão

Filha de Rosineide (rosa) e esposa de Mickel

Dirce Bordalo: “Dawson é réu primário e a pena sempre tem que partir obrigatoriamente do mínimo”

“A tese defensiva é pela desclassificação do crime. Nós queremos que o Dawson seja condenado, sim, mas pelo crime que ele realmente cometeu, que foi um homicídio culposo. Ele não praticou homicídio doloso por dolo eventual. Existe uma larga diferença entre ambos. E hoje nós estamos, aqui, buscando que seja feita, de fato, a justiça. Dawson é réu primário e a pena sempre tem que partir obrigatoriamente do mínimo”, ressaltou a advogada Dirce Bordalo, que representa o réu junto a outros três advogados.

O caso

O crime ocorreu na noite de 15 de janeiro de 2021. De acordo com as investigações, Dawson Rocha estava sob efeito de álcool, e possivelmente de cocaína, já que a droga foi encontrada no carro dele. Mickel e Rosineide haviam acabado de sair do trabalho em um restaurante próximo ao local do acidente. Ele era chefe de cozinha e ela a sua assistente.

A colisão ocorreu na Avenida Padre Júlio Maria Lombaerd, entre as Ruas Minas Gerais e Paraná, no Centro de Macapá. As vítimas estavam em um carro conduzido por Mickel, que tentou fazer uma conversão, mas o veículo foi atingido pelo automóvel BMW conduzida pelo acusado, segundo a denúncia do Ministério Público.

 

Seles Nafes
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