Amapá tem a 1ª mulher trans do Corpo de Bombeiros: ‘ela venceu’

Frase da mãe da soldado Melissa Martel, de 24 anos, resumiu jornada da jovem soldado
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Por RODRIGO DIAS

Uma noite de alegria, orgulho e realizações que foi marcada por muitos olhares especiais e abraços apertados. Assim foi a formatura dos 249 novos soldados do Corpo de Bombeiros Militar do Amapá, na noite de terça-feira (2), no sambódromo de Macapá, com um gostinho especial para uma das soldados.

Durante o momento de colocar a primeira divisa de soldado, um beijo entre a técnica de enfermagem Adriana Gomes e a filha Melissa Martel emocionou. A jovem de 24 anos tornou-se a primeira mulher trans a compor a corporação.

“Me sinto imensamente grata e honrada, com uma responsabilidade muito grande que eu tenho agora nas mãos de servir a sociedade com o nosso lema de vidas alheias, riquezas salvar. Carregar esse título de 1ª mulher trans é abrir um ciclo para que possam vir mais pessoas que se inspirem e sonhem com essa possibilidade”, avaliou.

Melissa Martel é macapaense, e preferiu não entrar em detalhes sobre seu processo de transição de gênero. Para ela, o mais importante foi a formatura dedicada à família e amigos.

Mãe coloca a divisa na filha: “não foi fácil, mas ela venceu”. Fotos: Rodrigo Dias/SN

Soldado Melissa Martel: novo ciclo

58 mulheres e 191 se formaram…

Coronel Homobono: sem distinção de gêneros

“Estou orgulhosa da minha filha que é uma menina corajosa, guerreira e batalhadora. Hoje a minha palavra é gratidão da minha filha tá vivendo esse momento, onde ela derrubou barreiras pra chegar até aqui. Não foi fácil, mas ela venceu”, falou a mãe.

Várias faixas em homenagem à diversidade foram expostas no evento. Na turma, formaram 58 mulheres e 191 homens. De acordo com a coronel Karina Homobono, a corporação no Amapá não tem seletividade, problema que ocorre em 12 estados da federação que tem um limite para mulheres na corporação.

“Felizmente a nossa corporação tem sido inclusiva e essa é a maior prova agora e equidade tem sido respeitada. Nós temos diferencial de TAF’s, por idade, por gênero, para que se equalizem as diferenças. Ao mesmo tempo todos somos tratados iguais, todos somos militares. Temos mulheres em todas as posições hierárquicas. Não tempo problemas com legislação. Perto de outros estados, acredite, estamos desenvolvidos neste sentido”, concluiu Homobono.

Seles Nafes
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