Por SELES NAFES
A situação da Unimed Fama em Macapá é cada vez mais complicada. Depois de um período de recuperação, que começou com investimentos em 2019, a empresa voltou a mergulhar de cabeça na crise, e desta vez pode perder seu único hospital, no Bairro Marco Zero, na zona sul da capital. Ontem (3), uma inspeção do CRM, Procon e Vigilância Sanitária encontrou uma série de irregularidades na unidade, que também não paga plantões médicos desde março, segundo apurou o Portal SN.
No total, são cerca de 30 médicos que atuavam nos plantões, pronto atendimento e UTI, que ontem estava fechada durante a inspeção justamente por falta de escala de médicos desde junho.
Desde março, o Hospital da Unimed passou a ser administrado pela empresa ABM, que é de Belém (PA). Em junho, os médicos pararam de trabalhar depois de ficarem três meses sem receber.
O Portal SN também apurou que no lugar deles, a ABM está trazendo profissionais de Belém, com todas as despesas pagas. Eles recebem os plantões à vista, para espanto dos médicos do Amapá que não recebem desde março. Nenhum deles foi chamado até agora pela empresa para negociar as dívidas.
Ontem, durante a inspeção, o objetivo era apurar deficiências no atendimento devido à falta de escalas de plantões e de sobreaviso em julho. A equipe encontrou a UTI fechada por falta de médicos, e sem condições de receber pacientes.
“O local possui cinco leitos, mas apenas três têm condições de uso, devido à falta de bombas de infusão, que são necessárias para reserva operacional”, informou o CRM num comunicado.
Problemas na sala de observação e a unificação do pronto atendimento adulto e infantil foram outras irregularidades detectadas. No hospital, as equipes encontraram apenas sete pacientes internados.
“O setor, apesar de atender emergências, estava sem atendimento médico”.
Medicamentos e suspensão
A inspeção encontrou infiltrações, ausência de alvará de Vigilância Sanitária, realização de sutura e de gesso no mesmo ambiente e falta de medicamentos.
“Faremos uma assembleia de emergência e recomendaremos ao MP para que haja o bloqueio de internações até resolução. Encontramos sete pacientes internados que são atendidos apenas por dois médicos que passam pela manhã para fazerem a prescrição. Não fica nenhum médico para atender alguma intercorrência com esses pacientes, estão sob os cuidados apenas da enfermagem”, explicou a médica Haila Vaz, conselheira do CRM.
O Portal SN tenta contato com a empresa ABM