Reprodução simulada vai esclarecer de onde partiu tiro que matou motorista de aplicativo

Procedimento técnico foi realizado no mesmo local do homicídio, na zona sul de Macapá.
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Por OLHO DE BOTO

Com o objetivo de esclarecer a dinâmica e as incertezas que envolvem a morte de um motorista de aplicativo, atingido na cabeça por uma bala perdida, as Polícias Civil e Científica realizaram, nesta manhã de terça-feira (9), uma reprodução simulada do crime, dia 9 de junho, no Bairro Buritizal, na zona sul de Macapá.

A vítima é o motorista por aplicativo Jonildo Garcia Ferreira, de 31 anos. Ele estava com o carro parado na Avenida Maria de Nazaré Brito de Souza – provavelmente aguardando uma corrida – quando dois criminosos que haviam assaltado clientes de um estabelecimento comercial, distante cerca de 200 metros dali, fugiam e trocavam tiros com um policial militar à paisana.

O delegado responsável pelo inquérito que apura o caso, Leonardo Leite, da Delegacia de Homicídios, foi quem solicitou o procedimento técnico, reproduzido no mesmo local do homicídio.

Jonildo foi atingido com um único tiro na parte de trás da cabeça. Foto: Olho de Boto

Delegado Leonardo Leite: reprodução vai esclarecer o crime. Fotos: Olho de Boto

Segundo ele, após ser identificado por meio de imagens de câmeras de segurança, o militar foi intimado e se apresentou, cinco dias após a morte do motorista. Em depoimento, o policial confirmou ter trocado tiros, mas não apresentou sua arma – ele alegou que o armamento teria sido furtado 4 dias após o confronto.

A defesa do policial, feita pelo advogado Charles Bordalo, acredita que o disparo que matou Jonildo Garcia não tenha partido da arma do cliente. Ele detalhou que no dia do ocorrido, o policial estava em um açougue nas proximidades do local do roubo, quando soube do crime em andamento e decidiu intervir.

Charles Bordalo: “fica muito difícil de se admitir que o meu cliente tenha desferido algum tiro que possa ter acertado a vítima “

“Meu cliente atirava contra bandidos que atiravam também contra ele. Então, pelas câmeras, ele atirava para um outro lado da rua contra os bandidos, portanto fica muito difícil de se admitir que o meu cliente tenha desferido algum tiro que possa ter acertado a vítima e inclusive a está sendo realizada [a reprodução simulada] para isso, para buscar a verdade dos fatos. Pode ser que o disparo que acertou a vítima tenha partido da arma dos bandidos.

O delegado Leonardo Leite explicou que procedimento técnico feito nesta manhã é determinante e vai ajudar na conclusão do inquérito.

“O objetivo da reprodução foi que a gente tenha uma prova técnica pericial para dizer da onde originou o disparo que causou o óbito da vítima. Ele [o policial] alegou que a arma dele tinha sido furtada. Então não teve como a gente fazer a perícia de confronto balístico, por isso requisitamos a perícia de reprodução simulada. A partir daí, a gente vai ter que fazer uma análise de todo o contexto, toda a dinâmica do que aconteceu aqui, para que a gente verifique qual seria a tipificação penal mais adequada ao fato. No mínimo seria o culposo, sem a intenção de matar”.

 

 

Seles Nafes
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