Por OLHO DE BOTO
As forças de segurança do Amapá localizaram o esconderijo dos integrantes de uma facção envolvida na brutal morte do jovem Vitor Emanuel Azevedo, de 19 anos, encontrado amarrado e degolado na última segunda-feira (29), dentro de uma casa abandonada no Bairro Jardim Felicidade II, na zona norte de Macapá.
Durante o cerco à casa usada pelo bando, localizada na terça-feira (30), na mesma região onde o rapaz foi covardemente assassinado, a polícia foi recebida a tiros. No revide, dois indivíduos apontados como membros do grupo que executou o rapaz acabaram mortos em confronto com militares do Batalhão de Força Tática da PM do Amapá. Eles foram identificados como Gabriel Silva da Silva, de 19 anos, e Gilmar Domingos Vilhena Amorim, de 17 anos.
Com eles, a polícia apreendeu dois revólveres usados na troca de tiros e munições. No local do confronto, foram apreendidas porções drogas, balança de precisão e uma bolsa feminina, além de um radiocomunicador.
O delegado da Polícia Civil, Mauro Ramos, da Delegacia de Homicídios, responsável pelas investigações do crime, informou que as buscas pelos demais criminosos continuam e confirmou que Vitor Emanuel não tinha nenhuma relação com o crime organizado e nenhum antecedente criminal.
No dia do crime, ele estava de aniversário, completou 19 anos. Havia saído de casa, no Bairro São Lázaro, para fazer uma tatuagem e estava na companhia de uma menina de 14 anos. Chegando a uma área de pontes do Bairro Jardim Felicidade II, já na casa do tatuador, os dois foram rendidos por pelo menos seis criminosos e levados para a base da facção.
“Nesse estúdio de tatuagem foi feita a abordagem desse menino que estava numa sessão de tatuagem, de lá e foi retirado daquele local, foi levado para um local isolado, onde foi questionado o bairro que ele morava, o que ele fazia da vida, e fizeram todas aquelas outras perguntas, tentando relacionar ele com alguma organização criminosa. Mas mesmo assim, sem qualquer identificação, sem qualquer confirmação, eles optaram por matá-lo”, resumiu o delegado.
No local, Vitor Emanuel foi torturado pelo bando e sentenciado à morte pela liderança da facção que comanda a área, possivelmente por acharem que ele seria um faccionado rival, apurou Mauro Ramos. Já a garota foi espancada e depois liberada do cárcere.
“A menina sofreu tortura. Por se tratar de uma menina menor de idade, a gente está tratando com uma delicadeza maior, com mais cuidado”, afirmou o delegado.
A polícia acredita que pelo menos outros quatro criminosos estão envolvidos no homicídio. O caso segue sob investigação da Delegacia de Homicídios.
“A gente sabe que o crime, aqui nessa região, não é perpetuado por uma única pessoa. Veio uma ordem e a gente está trabalhando nisso, na identificação dos outros possíveis autores e, principalmente, do mentor intelectual”.