Por LEONARDO MELO
Depois de chamar grevistas da Universidade Federal do Amapá (Unifap) de “vagabundos” e “saqueadores do patrimônio público”, o professor adjunto Everton Miguel Puhl Maciel decidiu desqualificar, ofender e ameaçar com processo judicial a equipe do Portal SelesNafes.Com, na tarde desta sexta-feira (24).
A atitude de intimidação foi uma reação à reportagem que revelou os ataques dele aos grevistas e sindicalistas antes do início de uma videoaula. As imagens foram amplamente compartilhadas nas redes sociais, gerando reações e opiniões de internautas.
Após a publicação da matéria, o professor teve reações de ira e descontrole. Com a intenção de tentar intimidar os jornalistas, ele enviou mensagens com xingamentos ao jornalista Iago Fonseca, autor da matéria sobre o caso, ao qual chamou de “pastel de feira”, entre outras coisas.
“Seu imbecil! Você acha que tá falando com quem quando fala comigo, rapá? Um sindicalista?”, gritou por mensagens de áudios – já encaminhados ao departamento jurídico do site.
Em outra mensagem, ele desqualifica com palavras de baixo calão veículos de comunicação do Amapá:
“Eu dei entrevista pra essas bostas desses portal de merda?”.
Cada vez mais tomado pela fúria, ele não se conteve e prosseguiu com ameaças mais claras: “não adianta te esconder. Me faz perder a paciência contigo pra ver”, vociferou em mensagem de texto.
Em seguida, ele voltou a enviar mensagens de voz:
“Você vai ter que me escolher pra amigo (…)”.
O educador não se deu por satisfeito em intimidar o repórter e passou a atacar o jornalista Seles Nafes, responsável pelo portal de notícias. Com ele, o professor do curso de licenciatura em filosofia da Unifap começa falando serenamente, mas no decorrer da mensagem, volta a se exaltar e recomeça a esbravejar e ameaçar.
“Ou corrige ou se enquadra, velho! Porque eu não fico fazendo ameaçazinha, não. Eu dou aula, eu trabalho, não tenho rabo preso atrás da porta com ninguém, não sou puxa-saco de político, de reitoria, de sindicato. Muito menos vou me tornar puxa-saco de jornalistazinho que fofoca, mano. Depois eu te mando o número da OAB que vai te procurar, aí”.
Logo depois, Everton Maciel afirma que não está preocupado com as polêmicas e os ataques verbais aos sindicalistas (mesmo que seus colegas de profissão sejam sindicalizados) feitos nas suas declarações aos seus alunos antes de começar a videoaula.
“Tô nem aí. Tô nem aí para o que eu disse. Tô nem aí. Tá tudo lá, tá tudo dito. Greve sem legitimidade. E o senhor se corrige aí, porque senão eu converso diferente. Eu não fico fazendo ameaça, não”, esbravejou, completamente enfurecido.
No vídeo viralizado na internet, o educador afirmou que a suspensão do calendário é ilegal e que não respeita ‘regras injustas’, por isso, continuará ministrando aulas virtuais enquanto as disciplinas e horários permanecerem no sistema de atividades da universidade. Ele descreve a si mesmo como “fura-greve”.