Depois de chamar grevistas de ‘vagabundos’, professor ataca e ofende jornalistas

O professor Everton Maciel mandou que reportagem fosse “corrigida” e conteúdo retirado do Youtube.
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Por LEONARDO MELO

Depois de chamar grevistas da Universidade Federal do Amapá (Unifap) de “vagabundos” e “saqueadores do patrimônio público”, o professor adjunto Everton Miguel Puhl Maciel decidiu desqualificar, ofender e ameaçar com processo judicial a equipe do Portal SelesNafes.Com, na tarde desta sexta-feira (24).

A atitude de intimidação foi uma reação à reportagem que revelou os ataques dele aos grevistas e sindicalistas antes do início de uma videoaula. As imagens foram amplamente compartilhadas nas redes sociais, gerando reações e opiniões de internautas.

Após a publicação da matéria, o professor teve reações de ira e descontrole. Com a intenção de tentar intimidar os jornalistas, ele enviou mensagens com xingamentos ao jornalista Iago Fonseca, autor da matéria sobre o caso, ao qual chamou de “pastel de feira”, entre outras coisas.

“Seu imbecil! Você acha que tá falando com quem quando fala comigo, rapá? Um sindicalista?”, gritou por mensagens de áudios – já encaminhados ao departamento jurídico do site.

Em outra mensagem, ele desqualifica com palavras de baixo calão veículos de comunicação do Amapá:

“Eu dei entrevista pra essas bostas desses portal de merda?”.

Cada vez mais tomado pela fúria, ele não se conteve e prosseguiu com ameaças mais claras: “não adianta te esconder. Me faz perder a paciência contigo pra ver”, vociferou em mensagem de texto.

Em seguida, ele voltou a enviar mensagens de voz:

“Você vai ter que me escolher pra amigo (…)”.

O educador não se deu por satisfeito em intimidar o repórter e passou a atacar o jornalista Seles Nafes, responsável pelo portal de notícias. Com ele, o professor do curso de licenciatura em filosofia da Unifap começa falando serenamente, mas no decorrer da mensagem, volta a se exaltar e recomeça a esbravejar e ameaçar.

 

“Ou corrige ou se enquadra, velho! Porque eu não fico fazendo ameaçazinha, não. Eu dou aula, eu trabalho, não tenho rabo preso atrás da porta com ninguém, não sou puxa-saco de político, de reitoria, de sindicato. Muito menos vou me tornar puxa-saco de jornalistazinho que fofoca, mano. Depois eu te mando o número da OAB que vai te procurar, aí”.

Logo depois, Everton Maciel afirma que não está preocupado com as polêmicas e os ataques verbais aos sindicalistas (mesmo que seus colegas de profissão sejam sindicalizados) feitos nas suas declarações aos seus alunos antes de começar a videoaula.

nem aí. nem aí para o que eu disse. nem aí. tudo lá, tudo dito. Greve sem legitimidade. E o senhor se corrige aí, porque senão eu converso diferente. Eu não fico fazendo ameaça, não”, esbravejou, completamente enfurecido.

No vídeo viralizado na internet, o educador afirmou que a suspensão do calendário é ilegal e que não respeita ‘regras injustas’, por isso, continuará ministrando aulas virtuais enquanto as disciplinas e horários permanecerem no sistema de atividades da universidade. Ele descreve a si mesmo como “fura-greve”.

Seles Nafes
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