Empresário confirma que pagou propina a secretário de Obras de Furlan

Empreiteiro contratado para a obra da Praça Jacy Barata prestou depoimento hoje no processo por calúnia movida pelo secretário Cássio Cruz.
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 Por SELES NAFES

O empresário da construção civil Claudiano Monteiro, de 52 anos, disse nesta sexta (2), em depoimento à justiça, que pagou propina ao secretário de Obras da prefeitura de Macapá, Cássio Cruz. Foi na ação que é movida por Cássio contra o empresário, por calúnia.

O secretário afirma no processo que foi caluniado nas redes sociais, especialmente no Facebook, pelo empresário. O crime teria ocorrido em março de 2023, quando o Monteiro afirmou que fez pagamentos de propina ao secretário. Em depoimento ao juiz Diego Araújo, da 1ª Vara Criminal de Macapá, o empresário reafirmou o que já havia dito nas redes sociais.

“Ele pegou propina da minha mão. Só falei a verdade”, comentou.

O magistrado pediu mais informações, mas Claudiano evitou dar mais detalhes.

“Não posso me aprofundar muito porque é objeto de investigação. A única coisa que eu vou falar é que ele esteve na minha casa, pegou dinheiro em espécie na minha mão, e junto estava outro empresário que deu (mais dinheiro) na minha frente. Todo mundo entrou no carro. Tem o HD que foi entregue para as autoridades, com imagens dele chegando em casa”, afirmou o empresário.

O empreiteiro, que tinha o contrato da Praça Jacy Barata, na orla de Macapá, afirmou que o dinheiro entregue ao secretário era parte de um pagamento que havia recebido da prefeitura.

Praça de R$ 10 milhões foi entregue em junho pela prefeitura

Segundo ele, um acordo previa o repasse de dinheiro ao secretário e a outra pessoa acima dele que seria o “chefe”, sempre que houvesse pagamento da obra. A suposta propina citada no processo teria sido paga no fim de 2022 e início de 2023, depois que o empresário recebeu mais de R$ 1,2 milhão após a segunda medição do andamento da obra.  

“Depois vinha a cobrança do dele (Cássio) para não travar as coisas na secretaria. É sabido por todo mundo que a corrupção está imperando na Semob. Era por medição, 5% do valor da medição para a pessoa acima do secretário. Para o secretário era um valor menor. Ele queria R$ 20 mil, mas dei R$ 10 mil e o outro empresário R$ 30 mil, na minha frente”, revelou.

Questionado sobre quantas vezes pagou propina, Claudiano disse que nesta medição foi apenas uma vez, mas teriam ocorrido outras situações que ele não quis comentar, alegando risco de atrapalhar a investigação (pela Polícia Federal). 

“Entreguei o dinheiro, mas depois ficaram dificultando o andamento porque queriam propinas maiores. À força me retiraram da obra para dar para um parceiro deles (outra empresa)”.

O advogado do secretário de Obras pediu que provas fosse apresentadas, mas o empresário voltou a dizer que o material foi entregue à polícia.

O Portal SN procurou Cássio Cruz para comentar o depoimento, e aguarda um posicionamento. 

Seles Nafes
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