Policial admite ter entregue arma a faccionado e diz ter feito por “necessidade”

Em depoimento, o soldado afirmou ser amigo do suspeito de pertencer a uma facção criminosa que atua em Santana.
Compartilhamentos

Por LEONARDO MELO

O Portal SN teve acesso com exclusividade ao depoimento do soldado Claudimiro da Costa Silva, preso na noite de quarta-feira (21) ao ser flagrado entregando uma arma de fogo de propriedade das forças de segurança pública do Estado para um suposto membro da facção criminosa APS, na cidade de Santana, a 17 km de Macapá.

Preso, Claudimiro, que está na Polícia Militar do Amapá há apenas 10 meses, prestou esclarecimentos à Polícia Civil sobre os acontecimentos que levaram à sua prisão e à de Jhon Cleiton, conhecido como Jhon Jhon – de quem afirmou ser amigo.

No depoimento, ele confirmou ter entregue a pistola Glock calibre 9mm, com 14 munições intactas, a Jhon Jhon. No entanto, afirmou que não estava cedendo o armamento, mas sim devolvendo-o.

Segundo o soldado, ao ingressar na corporação, não recebeu nenhuma arma oficial para sua proteção pessoal. Por esta razão, temendo por sua segurança, decidiu obter um armamento por conta própria. Para isso, recorreu ao amigo Jhon Jhon, que, quatro dias antes da prisão, forneceu a Glock.

Na noite da operação, Claudimiro disse ter decidido devolver a pistola, o que fez no endereço do amigo, na Travessa Manoel Pastana, Bairro Nova Brasília, em Santana.

A arma pertence à Polícia Militar do Amapá

No depoimento ao delegado plantonista, o soldado reconheceu que estava ciente da ilegalidade e admitiu que não possuía autorização para adquirir ou ceder uma arma de fogo, embora tenha o porte.

O soldado justificou que agiu por necessidade e que sua companheira, que o acompanhava no momento da abordagem ao seu carro, não tinha conhecimento da presença da arma no veículo.

Claudimiro ressaltou que cooperou com os policiais do Grupo Tático Aéreo (GTA) que o abordaram e os levou até a residência do amigo, onde a Glock foi encontrada. O militar também fez questão de citar que, “a equipe policial entrou na casa derrubando a porta de entrada” e negou saber da existência da uma segunda arma, uma pistola calibre 638, que foi apreendida durante a operação.

Ele afirmou que não viu essa segunda arma em nenhum momento na casa de Jhon e que passou a maior parte do tempo fora da residência durante a ação. Por fim, o policial negou qualquer envolvimento com o crime organizado. Claudimiro é morador de Santana, cidade onde cresceu. Após se formar soldado da PM, ele estava lotado no Batalhão de Policiamento Rural. 

A Polícia Civil segue investigando o caso. A audiêcia de custódia do militar e do seu amigo está marcada para esta tarde de quinta-feira (22).

Seles Nafes
Compartilhamentos
Insira suas palavras de pesquisa e pressione Enter.
error: Conteúdo Protegido!!