Professor da Unifap chama colegas grevistas de ‘vagabundos’

O Conselho Superior da universidade suspendeu o calendário acadêmico devido à greve iniciada em 13 de maio. Professor atacou sindicalistas e sindicalizados
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Por IAGO FONSECA

O professor adjunto Everton Maciel, do curso de licenciatura em filosofia da Universidade Federal do Amapá, chamou sindicalistas (professores) que aderiram ao movimento grevista de “vagabundos” e “saqueadores do patrimônio público”. Ele gravou uma aula onde explica aos alunos que continuará lecionando, mesmo após a suspensão do calendário acadêmico pela instituição, na última terça-feira (21).

No vídeo compartilhado, o educador afirmou que a suspensão do calendário é ilegal e que não respeita ‘regras injustas’, por isso, continuará ministrando aulas virtuais enquanto as disciplinas e horários permanecerem no sistema de atividades da universidade.

Em entrevista ao Portal SelesNafes.Com, o professor explicou que a decisão de suspensão do calendário foi feita por conselheiros empossados sem portarias e que houve chantagem do Sindicato dos Docentes da Unifap para recebimento de bolsas de pesquisa e extensão.

“O sindicato chantageou a reitoria dias antes de acontecer aquele circo no Consu [Conselho Universitário], em troca de bolsas Parfor, Profid, Universidade Aberta do Brasil, coisas que são migalhas, bolsas que professores sérios não dão nem bola. Respeito chefe, coordenador de curso, diretor e pró-reitor, não respeito decisão tomada através de troca de barganha, de bolsinha. Ninguém respeita essa greve transformada em patrimonialismo de sindicato”, afirmou Everton Maciel ao site.

VÍDEO RETIRADO DO AR POR DETERMINAÇÃO JUDICIAL, AGUARDANDO JULGAMENTO FINAL.

O professor enfatizou, ainda, ao site, que não tem propósito de manifestar ou convocar outros professores que não aderirem à greve a se manifestar contra.

“Só vou continuar dando aulas. O vídeo foi gravado numa explicação para alunos de que não adianta fazer corpo mole comigo”, finalizou.

No vídeo, ele pontua que a greve dos docentes, iniciada em 13 de maio, é ilegal por impedir o direito dos professores não-grevistas de trabalhar e que, por isso, revidaria a “agressão com violência proporcional”.

Professores decidiram grevar em assembleia geral. Foto Gil Reis/ Sindufap

“A reitoria provavelmente fez por merecer, mas é ilegítimo, irregular, que uma pauta nacional que diz respeito à reestruturação da carreira dos docentes, dos técnicos administrativos, seja saqueada pelo patrimonialismo pessoal de sindicalistas canalhas, pelegos, saqueadores do patrimônio público, por isso, este professor é fura-greve”, declarou na gravação.

O Portal SN entrou em contato com o Sindicato dos Docentes, que mobiliza a greve geral na universidade. A assessoria de comunicação informou que a diretoria avalia a situação e que publicarão um posicionamento oficial sobre a fala do professor, em breve.

Seles Nafes
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