Atualizada às 15h16
Por LEONARDO MELO
Um soldado da Polícia Militar do Amapá, com apenas seis meses de corporação, foi preso em flagrante na noite desta quarta-feira (21) sob suspeita de fornecer armas para a facção criminosa APS (Amigos Para Sempre) na cidade de Santana, a 17 km de Macapá.
Claudimiro da Costa Silva, que ingressou da PM na última turma aprovada em concurso público, foi detido durante uma operação conjunta entre o Grupo Tático Aéreo (GTA) e o Serviço de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública.
De acordo com o capitão Bryan Fonseca, do GTA, informações do Serviço de Inteligência alertaram que na Travessa Manoel Pastana, no Bairro Nova Brasília, poderia ocorrer uma entrega de armas para o crime organizado.
Por volta de 22h40, um veículo Voyage Sedan de cor prata chegou ao local, e um indivíduo, posteriormente identificado como o soldado Claudimiro, desceu rapidamente do carro e entregou um objeto enrolado em um pano para Jhon Cleiton, conhecido como “Jhon Jhon”, membro da facção APS.
Após a entrega, as equipes do GTA agiram em duas frentes: uma parte abordou Jhon Cleiton, enquanto outra seguiu o veículo Voyage, onde estavam Claudimiro e uma mulher. Durante a abordagem, segundo a polícia, o soldado confessou que havia acabado de entregar uma pistola Glock a Jhon Cleiton em um kitnet próximo.
Já na abordagem a Jhon Cleiton, ele entregou a pistola Glock que havia recebido do militar e revelou a localização de uma segunda arma, uma PT638 com numeração suprimida, escondida em sua residência.
Além das armas, foram apreendidas munições de calibres .40, 9mm e .38, celulares, balanças de precisão e o veículo envolvido na ação criminosa. Os envolvidos foram apresentados no Ciosp de Santana. Claudimiro e Jhon John foram autuados em flagrante por porte ilegal de arma de fogo e munição de uso restrito.
Depois de ser autuado, o soldado foi entregue a um oficial da PM, que o levou para uma carceragem da corporação. A audiência de custódia sobre o caso está agendada para esta quinta-feira (22), à tarde.
Investigação
A reportagem do Portal SN apurou que a pistola repassada pelo soldado ao faccionado era peça de inquérito e havia sido entregue por uma equipe do Batalhão de Operações Especiais (Bope) à perícia. Quando ocorrem intervenções policiais com morte de suspeitos, as armas usadas nos confrontos são entregues pelos policiais para perícia. Foi o caso da Glock entregue por Claudimiro a Jhon Jhon. A arma era de policiais do Giro/Bope, usada em um confronto com faccionados. Nela estão cravados os brasões da PM do Estado do Amapá e de Armas do Brasil.
Agora a investigação busca apurar de onde a arma foi desviada e como ela foi parar nas mãos do soldado.