“Só quero terminar minha vida sem fome”, diz idoso sozinho e debilitado ao pedir ajuda

João tem 69 anos, está sem forças e luta diariamente para ter o que comer.
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Por RODRIGO DIAS

Em um pequeno quarto alugado em uma vila de quitinetes no Bairro São Lázaro, em Macapá, vive um senhor que dedicou sua vida ao serviço braçal. João Serrão Martins, de 69 anos, que trabalhou em diversos municípios dando a sua contribuição para desenvolver o estado, agora está sem forças e luta diariamente para ter o que comer.

A história desse amapaense de coração começou décadas atrás, quando ele deixou o Maranhão em busca de uma vida melhor. Veio para o Amapá. Em 1973, começou a trabalhar na multinacional Jari Celulose, roçando juquira. Lá, atuou por seis anos antes de se mudar para Almeirim (PA), para tentar a vida na agricultura. Durante um dia de trabalho, um pedaço de madeira caiu e quebrou seu pé, que até hoje é torto por causa do acidente. Agora, ele depende de muletas para se locomover.

“Desde essa época, tudo tem sido um desafio para mim. Vim para Macapá há um tempo, mas mato um leão por dia para sobreviver. Não tenho ninguém, nem filhos, só uma filha de coração que vive em Porto Grande”, lembrou.

Durante um dia de trabalho, um pedaço de madeira caiu e quebrou seu pé, que até hoje é torto por causa do acidente. Fotos: Rodrigo Dias

No velho frigobar, havia um pote de manteiga, três cebolas e um embutido de mortadela para durar o mês inteiro

Ventilador sem suporte é a única ferramenta para aliviar o calor

Atualmente, o idoso sobrevive de um benefício do INSS de R$ 600 por mês. Paga R$ 300 de aluguel e usa o restante para se alimentar e comprar remédios. Nesta terça-feira (13), ele tinha apenas dois pacotes de macarrão instantâneo na improvisada despensa. No velho frigobar doado, havia um pote de manteiga, três cebolas e um embutido de mortadela para durar o mês inteiro.

“Há uns oito meses, venho comendo isso, mas não reclamo, melhor ter do que faltar. Isso me deram e sou grato, mas quando acabar, não sei o que será. Preciso de comida e gás. Quem puder me ajudar, venha deixar para mim ou ajude a divulgar. Deus vai retribuir. Eu só quero terminar minha vida em paz e sem fome. O resto vou me virando”, acrescentou.

Botijão está vazio

No local onde mora, há apenas parte de ventilador – sem o suporte – para aliviar o calor. Como não tem onde guardar, suas poucas cuecas ficam num sofá velho. O botijão do gás também está vazio, por isso não conseguiu cozinhar o macarrão instantâneo e a mortadela que tem para passar até o começo do outro mês quando sai o benefício novamente.

“Me ajudem a comprar um gás, quero tomar um cafezinho, ficarei muito feliz. Não é fácil pedir, mas é mais difícil ter fome e não ter a quem falar. Por favor, olhem por mim, pelo amor de Deus”, solicitou, emocionado.

Na improvisada dispensa apenas mararão instantâneo …

.. e um pote de manteiga

João: “Preciso de comida”

Quem tiver interesse em colaborar doando alimentos, roupas, ventilador, geladeira, gás de cozinha ou qualquer outra coisa, pode ir até o quarto do idoso, localizado na Avenida Dirceu Cordeiro Dias, n° 105, casa C, no São Lázaro. Ele não tem WhatsApp, mas está o dia todo no endereço.

Quem preferir, pode fazer transferência bancária através do PIX (96) 99102-0323, em nome de Antônia Araújo. O PIX é de confiança, e todo o valor será repassado para o idoso. A reportagem monitorará o processo de ajuda.

Seles Nafes
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