Por OLHO DE BOTO
Nesta terça-feira (17), o Fórum Desembargador Leal de Mira, em Macapá, será palco do julgamento de Osmar Firmino Costa Normand, acusado de assassinar o primo Raoni Almeida Ramos em 2014. O crime, que teve grande comoção no Amapá, ocorreu no dia 28 de abril daquele ano e teria sido motivado por uma discussão relacionada ao futebol.
Raoni, então estudante de Direito, foi baleado por um tiro de cartucheira após uma briga com o primo durante a final do Campeonato Carioca entre Flamengo e Vasco. Osmar, torcedor de um time rival, aguardou Raoni em frente a casa da família e o atingiu quando ele voltava de uma partida de futebol com amigos. Raoni, que tinha 20 anos, lutou pela vida por 12 dias no Hospital de Emergência, mas não resistiu aos ferimentos.
Osmar se apresentou à polícia dias após o ocorrido, mas, por ser réu primário, conseguiu o direito de responder ao processo em liberdade. Desde então, a família de Raoni alega que o acusado desapareceu e, possivelmente, será julgado à revelia.
Raoni, que cresceu em uma localidade rural de Macapá, era um jovem promissor. Ele havia conquistado uma bolsa integral pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para cursar Direito e sonhava em melhorar a vida de sua mãe e dois irmãos mais novos. Seu esforço diário incluía percorrer 10 quilômetros a pé até a faculdade. O caso ganhou grande repercussão pela história de superação do jovem, que conciliava os estudos com o trabalho para sustentar a família.
Agora, 10 anos após o crime, a família de Raoni aguarda por justiça.