Por SELES NAFES
O assassinato de uma travesti a tiros, na zona sul de Macapá, pode entrar para estatísticas de crimes não resolvidos. Mais de três anos depois do homicídio, não há pistas do assassino. Agora, o Ministério Público do Amapá está sugerindo o arquivamento do caso.
O crime ocorreu às 20h30 do dia oito de abril de 2021, no cruzamento da Avenida Diógenes Silva com a Rua Barão de Mauá, no Bairro do Buritizal. De acordo com as investigações, a travesti conhecida no meio cultural como “Marcinha Vaz” foi surpreendida por um criminoso numa suposta tentativa de assalto.
O bandido armado teria exigido os pertences da vítima, que teria se recusado a atender a ordem e tentou correr. Marcinha foi atingida por dois tiros pelas costas e morreu no local.
O celular foi levado. Dentro da bolsa dela, a polícia encontrou uma pequena quantia em dinheiro e a carteira de identidade da vítima, que ainda não tinha feito a transição de gênero e continuava usando o nome civil de Max Correia Braga.
O inquérito foi conduzido pela Delegacia de Crimes Contra a Pessoa (Decipe), mas sem avanços que levassem à prisão do autor dos disparos. Há versões que falam a respeito de um homem que estaria procurando por Marcinha momentos antes do crime em um carro, mas ele nunca foi identificado.
No último dia 3 de setembro, o Ministério Público publicou uma portaria de “Promoção de Arquivamento”, uma espécie de comunicação aos familiares. O comunicado abre prazo de 30 dias para que parentes da vítima possam se manifestar contra ou a favor do arquivamento.
Além de participar de eventos juninos, Marcinha Vaz era dançarina e concorria em concursos de Beleza. Ela chegou a ser eleita Musa da Diversidade de Macapá.