Por RODRIGO DIAS
O primeiro Centro de Radioterapia do Amapá, atualmente em fase de conclusão, recebeu equipamentos de última geração para o tratamento de câncer no estado, nesta segunda-feira (16).
Os aparelhos incluem um acelerador linear, equipamentos de braquiterapia e um conjunto de dispositivos para o planejamento de radioterapia. O investimento ultrapassa R$ 16 milhões, provenientes de uma emenda parlamentar do senador Davi Alcolumbre (UB), destinados à construção do prédio e à aquisição dos equipamentos.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o Centro terá capacidade para atender 600 novos pacientes por ano. O serviço será voltado para o tratamento de todos os tipos de câncer, tanto em crianças quanto em adultos.
Segundo o governador Clécio Luís, a expectativa é de que o Centro de Radioterapia esteja em funcionamento entre março e abril de 2025.
“É inédito e muito importante, que realmente vai salvar vidas. Hoje, as pessoas que necessitam de radioterapia precisam se deslocar para outros estados, longe do conforto de suas famílias, muitas vezes alugando locais inadequados ou dependentes da ajuda de outros. Isso impacta diretamente no resultado do tratamento. Com esse centro, teremos um ciclo completo de tratamento de câncer no nosso estado”, comentou o governador.
Clécio destacou ainda que toda a área próxima ao Hospital de Amor, na zona norte, será transformada em um grande complexo de tratamento oncológico no Amapá.
“Isso já está acertado com o senador Davi Alcolumbre, que foi o responsável por trazer esses equipamentos e viabilizar a obra. O grande centro de tratamento de câncer, que hoje está ao lado do Hospital Alberto Lima, será transferido para cá. Teremos um centro completo, com ambulatório, consultórios e tratamentos como quimioterapia e radioterapia, quando necessário. Vamos salvar vidas com qualidade”, concluiu.
Para Agenilson Pereira, que está à frente da ONG Carlos Daniel há 9 anos, o momento representa uma vitória para o estado. Após perder seu filho para o câncer, ele se dedicou à causa da oncologia pediátrica e já ajudou mais de 100 crianças e adolescentes a se tratarem fora do Amapá.
“Antes, o paciente precisava enfrentar uma longa fila para conseguir uma vaga para radioterapia. Vários fatores, como o psicológico e o distanciamento da família, influenciavam negativamente. Estar perto de casa ajuda muito no tratamento e na cura. Agora, essa realidade vai melhorar muito. É um marco histórico para o Amapá”, afirmou.
Lea Learte, presidente da Associação de Pacientes Oncológicos Unidos pela Vida e pelo Amor (Apouva), que atua há 7 anos acolhendo pacientes oncológicos, também celebra a chegada da radioterapia ao estado. Para ela, isso representa uma nova esperança.
“Muitos morreram, infelizmente. Mas com essa nova radioterapia, esperamos que uma nova história se inicie, que os pacientes possam concluir seus protocolos de tratamento. Nós, que tivemos que deixar nossas famílias para buscar tratamento em outros estados, sabemos como é cruel esse afastamento. A família é nosso alicerce nesse momento difícil, e agora temos fé de que tudo vai melhorar”, declarou emocionada.