Estudante que criou barco acessível a autistas e cadeirantes ganha 1° lugar na feira de ciências do AP

Alerrandro, que tem um diagnóstico de Transtorno Obsessivo-Compulsivo, provou que sua história é um exemplo de superação.
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Por RODRIGO DIAS

Deu certo. O estudante Alerrandro da Silva Souza, de 15 anos, do Atendimento Educacional Especializado (AEE), que estuda na Escola Estadual José Ribamar Pestana, em Santana, a 17 km de Macapá, foi 1° lugar em sua categoria na XII Feira de Ciências e Engenharia do Amapá (Feceap) – que este ano foi realizada da Escola Estadual Tiradentes, na região central de Macapá.

Alerrandro, que tem um diagnóstico de Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) e foi matriculado inicialmente como deficiente intelectual, provou que sua história é um exemplo de superação.

O projeto do “Barco Acessível” para pessoas com deficiência e autismo encantou o público e a comissão avaliadora. O jovem venceu na categoria do AEE, levando para casa o valor de R$ 6,5 mil, uma medalha, e um credenciamento para representar o Amapá na Feira Brasileira de Iniciação Científica (Febic) 2025, em Santa Catarina.

Autor do projeto e orientadora comemoraram a conquista. Fotos: Rodrigo Dias

Aldenira Rodrigues agradeceu aos progessores

Cheia de orgulho, a mãe do jovem, a professora Aldenira Rodrigues, expressou a gratidão que sentiu ao ver o filho superar tantos desafios.

“A escola José Ribamar Pestana foi a primeira que me escutou. Meu filho já passou por traumas e rejeições em outra escola, onde eu sempre via algo diferente nele, mas ninguém me ouvia. Hoje, ele está numa feira de ciências e venceu em uma categoria de educação especial. Sou mãe solo e muito orgulhosa de ser uma mãe guerreira. Tudo o que faço é por ele e pelo irmão. A palavra hoje é gratidão, apenas gratidão”.

Além do reconhecimento da família, a professora orientadora de Alerrandro, Laudicléa Pires, também comemorou a conquista, destacando a importância de acreditar no potencial dos alunos da educação especial.

Envolvidos no projeto festejaram a conquista

Medalhas para os vencedores em todas as categorias

Cerimônia de premiação foi nesta sexta

“Sempre iniciei minhas aulas com a intenção de motivá-los, mostrando que, apesar das dificuldades, eles são capazes. O resultado de hoje prova isso. O barco acessível é um exemplo do conhecimento teórico se transformando em prática. Sou grata a todos que nos apoiaram e quero deixar uma mensagem de que nossa sociedade precisa ser mais inclusiva, principalmente nos meios de transporte mais utilizados no Amapá, como os barcos”.

Para Alerrandro, o momento de vitória representa muito mais do que o prêmio. Ele falou emocionado sobre o impacto do projeto.

“É uma felicidade mostrar que pessoas com deficiência podem ir além das limitações que muitas vezes nos impõem. Meu projeto é sobre dar conforto e acessibilidade a quem precisa. Estou muito grato por tudo o que está acontecendo na minha vida e pelos desafios que ainda virão”.

O evento também premiou outros estudantes com o primeiro, segundo e terceiro lugar nas demais categorias. Os projetos com melhor avaliação receberam prêmios como viagens nacionais e internacionais, além de valores de R$ 6,5 mil, R$ 4,5 mil e R$ 3 mil.

Seles Nafes
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