Ex-subsecretário da prefeitura de Macapá ligado à facção ‘coleciona’ 74 processos

Exonerado pelo prefeito Furlan após a prisão, Jeisa continua cumprindo preventiva no Iapen
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Por LEONARDO MELO

Jesaias Silva da Silva, mais conhecido como “Jeisa”, ex-subsecretário de Zeladoria Urbana da Prefeitura de Macapá e um dos principais alvos da Operação Herodes, era membro de confiança da gestão do prefeito Antônio Furlan (MDB). Exonerado após a prisão, na semana passada, Jeisa está preso no Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) e carrega um histórico impressionante de 74 processos judiciais.

De acordo com os dados processuais, apenas em 2024, Jeisa enfrenta diversas ações na Justiça, incluindo acusações de ameaça, calúnia e difamação.

Agora, com a Operação Herodes, ele é investigado junto com o candidato a vereador Luanderson de Oliveira Alves, conhecido como “Caçula”, que permanece foragido. Ambos são acusados de envolvimento com uma facção criminosa que teria financiado campanhas eleitorais no pleito deste ano, o que intensificou as suspeitas sobre a influência do crime organizado nas eleições de Macapá.

Além das acusações relacionadas ao financiamento ilícito de campanhas, Jeisa também é alvo de denúncias graves envolvendo aliciamento e coação de eleitores, segundo informou a Polícia Federal.

Furlan exonerou Jeisa (centro) após a prisão; ao lado, Caçula continua foragido

Professoras fizeram um protesto silencioso após as ameaças

Moradores do Conjunto Habitacional Macapaba, na Zona Norte de Macapá, relataram intimidações e pressão por parte do ex-subsecretário.

Um dos episódios que mais gerou repercussão em 2023, foi o protesto realizado por professoras da Creche Eliana Azevedo. As educadoras, vestidas de preto, denunciaram assédio moral e intimidações.

Esse ato de resistência chamou a atenção das autoridades e da opinião pública para a forma autoritária com que o ex-subsecretário tratava os servidores municipais (professores) e a comunidade.

A Operação Herodes revelou que a influência de Jeisa dentro da Prefeitura de Macapá e nas eleições ia além de sua atuação oficial. Seu envolvimento com o crime organizado e seu histórico de 74 processos judiciais levantam questionamentos sobre como ele conseguiu permanecer por tanto tempo em posições de poder e influência dentro da administração pública.

Seles Nafes
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