Por SELES NAFES
Documentos divulgados por dois ex-diretores da CTMac comprovam que o prefeito Antônio Furlan (MDB) mentiu em entrevista a uma emissora de rádio nesta semana, ao afirmar que havia herdado um sistema de transporte coletivo falido, com apenas 40 ônibus em operação. Na realidade, um relatório do final de 2020, antes do início de sua gestão na prefeitura de Macapá, mostra que estavam em circulação 179 veículos. LEIA O RELATÓRIO
Faltando 10 dias para a eleição, a campanha se acirrou, e o transporte público tornou-se o centro de uma disputa de versões, que o Portal SN decidiu investigar. Ao ser desmentido pelo candidato a prefeito de Macapá Paulo Lemos (PSOL), a polêmica ganhou força, e a equipe de Furlan utilizou as redes sociais para afirmar que ele não estava mentindo.
Para sustentar essa narrativa, a atual direção da CTMac usou números do período de lockdown (quando as atividades foram suspensas devido à pandemia) para afirmar que Macapá tinha apenas 50% dos ônibus em circulação no início da gestão de Furlan.
Essa versão foi reforçada por um vídeo gravado pela atual presidente da CTMac, Patrícia Almeida, no qual ela aparece segurando documentos que supostamente comprovariam a tese da frota reduzida de ônibus no início do mandato de Furlan.
Na verdade, em 2022 (gestão Furlan e fora da pandemia), o transporte público de Macapá experimentou seu pior momento, quando chegou a ter apenas 64 ônibus em circulação em toda a capital, conforme mostram várias reportagens do Portal SN produzidas na época.
Para complicar ainda mais a percepção pública, Almeida afirmou que o então prefeito Clécio perdoou dívidas do Sindicato das Empresas de Ônibus. Na verdade, o que ocorreu foi a assinatura de um acordo judicial mediado pelo Ministério Público Estadual e o Tribunal de Justiça do Amapá durante as negociações sobre a tarifa de ônibus.
Por outro lado, a ex-presidente Selma Miranda e o ex-diretor Edson Alves lamentaram o uso de informações distorcidas, que não refletem a realidade da época.