Por SELES NAFES
A juíza Aline Perez, que conduziu a audiência de custódia do médico Anselmo Ramos, de 32 anos, na tarde deste domingo (22), decretou a prisão preventiva dele para garantia da ordem pública. Além da gravidade do crime, pesou na decisão da magistrada outras ocorrências policiais que envolvem o médico.
Anselmo foi preso em flagrante por policiais da Delegacia de Crimes Contra as Mulheres (DCCM), depois de marcar um encontro com a vítima enquanto ela estava prestando queixa. Nas mensagens, o médico pedia desculpas e afirmava que queria cuidar dos ferimentos da vítima.
Orientada pela polícia, ela concordou e foi até o encontro dele acompanhada à distância pelos agentes que efetuaram a prisão. Na noite de sexta-feira (20), ela se encontrou com o médico que conheceu pelas redes sociais e os dois foram a vários estabelecimentos, sempre consumindo bebidas.
Por volta das 3h30 da madrugada de sábado, segundo depoimento da vítima, os dois foram até a residência dele para uma relação sexual consentida, mas, ao descer do Uber, ela já levou um leve tapa na cara.
Anselmo Ramos se desculpou afirmando que tinha sido sem querer. Apesar disso, ela concordou em entrar. No imóvel, ela disse ter notado um comportamento mais agressivo e afobado do médico durante as carícias, e pediu para que ele parasse. Foi quando ele a teria virado de bruços e cometido o estupro.
Na audiência de custódia, a magistrada deixa claro que também há evidências de tentativa de estupro anal. Em depoimento, o médico alegou que tem apagões de memória quando costuma misturar álcool com medicamentos psiquiátricos.
Para a juíza, como médico, ele deveria estar ciente dos efeitos dessa mistura. Além disso, há diversos processos contra ele por embriaguez ao volante e violência. Na delegacia, policiais relataram existir 22 boletins de ocorrência contra o acusado.
“O seu envolvimento com álcool, confessado inclusive em audiência, vem se repetindo, a ponto de se visualizar uma progressão do envolvimento do representado em crime de maior gravidade, como o estupro”, ressaltou a magistrada.
Aline Perez acrescentou que a prisão é necessária para evitar novos casos de violência, e que o crime e a prisão estavam sendo amplamente divulgados pela imprensa e redes sociais, “causando repercussão social, a exigir postura mais condizente do Poder Judiciário com o acautelamento do meio social”.
O médico saiu da audiência direto para o Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).