Da REDAÇÃO
Representantes de movimentos sociais e sindicais se reuniram, nesta quinta-feira (5), Dia da Amazônia, em frente ao Ibama, na região central de Macapá, para chamar a atenção contra o que chamam de ‘contínua exploração descontrolada das florestas no estado’.
Liderado pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) do Amapá, o ato teve como objetivo denunciar o avanço da extração madeireira na região, que segundo os manifestantes, tem ritmo acelerado.
De acordo com Moroni Guimarães, líder do MAB no Amapá, que protocolou uma carta tanto no Ibama quanto no Palácio do Setentrião, a exploração madeireira no estado ocorre sem controle, com caminhões e balsas saindo carregados de madeira enquanto o estado enfrenta as consequências das mudanças climáticas.
“Estamos vendo enchentes e estiagens acontecendo em um intervalo de seis meses, e parece que as coisas estão normais. Enquanto isso, estamos aqui derrubando árvores”, declarou Guimarães, criticando as autoridades por priorizarem o lucro acima da vida.
Denúncias e propostas
Na carta entregue, os movimentos sociais fazem um apelo urgente pela revisão imediata das concessões e licenças relacionadas à exploração florestal no estado do Amapá. Além disso, os representantes propuseram a criação de uma “Bolsa Floresta”, que permitiria às famílias manter as florestas em pé, garantindo a preservação ambiental, enquanto recebem um incentivo financeiro para isso.
Outro ponto levantado foi a necessidade de utilizar o Fundo Amazônico como fonte de financiamento para essas iniciativas e apoiar políticas públicas que respeitem a identidade e as necessidades reais das populações locais. A degradação da Amazônia, segundo o documento, não afeta apenas o meio ambiente, mas compromete também a estabilidade econômica e social da região, impactando a vida das gerações futuras.
Os movimentos sociais enfatizaram a importância de preservar o ciclo natural das florestas, que desempenham um papel crucial na regulação climática global.
“Uma única árvore de 20 metros pode liberar até 8 mil litros de água por dia para a atmosfera”, alertaram, destacando que a destruição desse ciclo está gravemente comprometendo o equilíbrio ambiental.