Pneumologista orienta cuidados com a inalação de fumaça de queimadas

A pneumologista Ennara Borges relata aumento da procura por atendimento médico em função das cortinas de fumaça provocadas pela estiagem.
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Por CAROLINA MACHADO

Desde o último mês, a região metropolitana de Macapá e o interior do Estado têm sido assolados com a fumaça das queimadas que ocorrem nas ilhas de frente e ao redor da capital, e no interior.

As cortinas de fumaça têm sido frequentes nas primeiras horas do dia, o que pode aumentar a ocorrência de doenças respiratórias graves, segundo a médica pneumologista Ennara Borges. Ela relata ter percebido um aumento na procura por consultas médicas em razão das fumaças em pacientes que tem asma, rinite e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).

“Quanto às doenças pulmonares em que o paciente tem previamente alguma condição de saúde, como doenças inflamatórias das vias aéreas, asma, rinite, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), a gente tem o aumento das exacerbações. Os pacientes que anteriormente estavam controlados estão vindo a exacerbar, como os que tem rinite, asma e DPOC, a gente tem observado o número de exacerbações”, relatou a especialista.

Ela explica que a exacerbação é um evento no curso natural da doença caracterizado por uma mudança na intensidade dos sintomas respiratórios do paciente, que vai além da variação normal diária, e que pode acarretar uma mudança na medicação regular do paciente.

Foto: Carolina Machado

Para evitar que isto ocorra durante o período de incidência de fumaça, a pneumologista recomenda evitar janelas abertas e exposição ao ar por meio de atividades físicas.

“A gente sempre orienta as pessoas a praticarem atividades físicas e a abrirem janelas para a circulação do ar. Mas hoje a gente tem que se adequar e modificar isso, principalmente no início da manhã que é quando há maior concentração de fumaça”, orientou a médica.

Segundo ela, as pessoas também têm que pôr em prática alguns hábitos de saúde, como fazer atividades físicas, manter uma alimentação balanceada e se hidratar por meio do consumo de água e da umidificação das mucosas nasais com a lavagem do nariz com soro fisiológico.

“É importante fazer isso sempre que necessário, principalmente quando a mucosa estiver ressecada ou quando houver espirros e congestionamento nasal. Já para ambientes com ar condicionado, é recomendado colocar um umidificador de ar ou uma bacia com água ou até mesmo uma toalha molhada para melhorar essa umidificação”, recomendou.

A pneumologista alerta as pessoas a procurarem atendimento médico no caso do aparecimento de sintomas como falta de ar, desconforto respiratório, chiado no peito, febre.

“É importante que as pessoas fiquem atentas a esses sintomas e, caso eles surjam, é recomendável buscar até mesmo um atendimento de emergência para não haver piora no quadro”, concluiu.

Seles Nafes
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