Por SELES NAFES
Os trabalhadores da empresa Nova Macapá, que iniciou suas operações na capital do Amapá no começo deste ano, estão se preparando para a primeira greve da categoria. Os rodoviários acusam a empresa de ignorar a proposta salarial aprovada em assembleia na semana passada e prometem paralisar todos os ônibus no próximo dia 19 de setembro, por tempo indeterminado.
Com 40 ônibus antigos em operação e 20 veículos novos recém-adquiridos, a Nova Macapá terá um total de 60 ônibus em circulação. No entanto, com a greve, a paralisação poderá impactar severamente o transporte público da capital, que, somando os veículos das empresas Capital Morena e Amazonthur, conta atualmente com 84 ônibus em circulação.
O Sindicato dos Rodoviários (Sincotrap) já conseguiu fechar um acordo de reajuste salarial de 7,51% com a Capital Morena e a Amazonthur. Hoje, o salário de um motorista é de R$ 2.489,07. Contudo, os 140 trabalhadores da Nova Macapá rejeitaram, por unanimidade, a contraproposta da empresa em assembleia realizada no último dia 6.
“Fechamos um acordo com a Capital Morena e a Amazonthur. Queremos que a Nova Macapá faça o mesmo pelos seus trabalhadores. Protocolamos a proposta na segunda-feira (9), mas até agora a empresa não nos procurou”, afirmou Max Delis, primeiro secretário do Sincotrap.
Além do reajuste salarial, os rodoviários reivindicam melhores condições de trabalho. “Querem aumentar nossa carga horária para oito horas com um intervalo de cinco, sem condições de comer ou beber uma água. A empresa não fornece sequer um café. Acordamos às 4h da manhã todos os dias, e no total, querem que fiquemos 13 horas por dia fora de casa”, acrescentou Delis.
O sindicato já protocolou todos os ofícios necessários para formalizar a greve junto aos órgãos competentes, conforme determina a legislação.