Por SELES NAFES
Um dos alvos de equipes da Polícia Federal, nesta quinta-feira (19), foi o prédio da Secretaria de Obras da prefeitura de Macapá, no Bairro Central. Agentes estiveram no departamento de licitação e no gabinete do secretário Cássio Cruz, onde foram apreendidos vários documentos e mídias.
Cássio Cruz é apontado pelo empreiteiro Claudiano Monteiro como pessoa que pedia propinas no início da obra da Praça Jacy Barata, na Rua Beira Rio, orla de Macapá.
Em depoimento à justiça, o empresário afirmou que pagava 5% do valor da medição da obra, mas os pedidos teriam escalado para 20% sob a alegação de que um ‘chefe’ precisaria ser pago. Apesar das acusações, o prefeito Dr Furlan manteve Cássio no cargo.
Sem citar nomes, a PF afirmou hoje que há indícios do pagamento de pelo menos R$ 500 mil em propinas.
Em agosto, o Portal SN exibiu a audiência onde as afirmações foram feitas, inclusive na presença do secretário de Obras.
A Praça Jacy Barata teve mais de R$ 10 milhões empregados pela prefeitura de Macapá. A obra foi marcada por paralisações, mudanças de projeto, queixas de atraso no pagamento e atravessou toda a gestão Furlan, sendo inaugurada apenas em junho deste ano com uma corrida de rua liderada pelo prefeito.
Contudo, há questionamentos sobre a qualidade da obra e descaracterização do projeto original. A obra foi licitada no fim do governo Clécio, com recursos liberados após articulação do senador Davi Alcolumbre.
Em abril de 2021, com quatro meses de governo, o atual prefeito assinou a ordem de serviço.
A prefeitura de Macapá ainda não se pronunciou sobre a operação.