Após horas de pânico durante maresia, 300 passageiros aguardam resgate

Navio Ana Beatriz VIII começou a adernar e alagar. Tripulação precisou se desfazer de metade da carga
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Por SELES NAFES

Fiéis que retornavam para Macapá após participarem do Círio de Nazaré, em Belém (PA), passaram por horas de pânico. Durante uma forte maresia, o navio Ana Beatriz VIII começou a adernar e a “fazer água”.

De acordo com relatos de passageiros ao Portal SN hoje pela manhã, a viagem começou ontem (14), por volta das 14h, com cerca de três horas de atraso.

“Ainda estavam embarcando carga. Tem muita carga”, disse a passageira Rosyane Miranda.

Por volta das 17h, ao iniciar a travessia da Baía do Conde, próximo ao município de Barcarena, o barco começou a enfrentar uma forte maresia e alagamentos. Boa parte da carga virou ou foi danificada pela água. Automóveis que estão sendo transportados colidiram uns com os outros.

“Não tivemos nenhum apoio da tripulação desse navio. Entrei em contato com a Capitania dos Portos às 17h03. A tripulação começou a se livrar da carga, e então começamos a sair da baía. Recebemos o apoio de uma balsa da Bertolini, que cedeu uma bomba (para drenar a água). Foi só então que a tripulação começou a reorganizar a carga”, explicou Rosyane.

Após esse episódio, o barco conseguiu prosseguir e atracar em um pequeno porto comunitário na Baía do Capim. Por volta das 6h, uma equipe da Capitania dos Portos chegou à embarcação e realizou uma vistoria.

Carros bateram uns nos outros durante a maresia, disse enfermeiro

“Ficou decidido que precisamos esperar aqui até a chegada de outro navio Ana Beatriz para nos levar de volta para casa”, informou o enfermeiro Valdir Bitencourt, outro passageiro do navio.

Excesso

Segundo Rosyane, que passou a representar os passageiros no meio da crise, o barco que fará o transbordo dos passageiros será o Ana Beatriz V, que deve sair de Belém com previsão de chegada por volta das 13h.

De acordo com ela, a demora da Capitania (12 horas) para chegar ao local deu tempo à tripulação para se livrar de metade da carga, o que teria influenciado a vistoria.

“Mesmo assim, a Capitania concluiu que ainda estamos com excesso de carga. Até o momento, não houve suporte adequado para idosos, crianças e demais passageiros, que precisaram se ajudar, colocando coletes”, afirmou.

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