Por RODRIGO DIAS
Deve ir até o fim da noite de hoje (24) o julgamento de Edigelson Andrade da Silva, o Ed Sorvetinho, de 26 anos, acusado de matar a esposa grávida, Ingridy Cordeiro da Silva, com um tiro na cabeça. O caso aconteceu na noite de 11 de dezembro de 2020, em um dos apartamentos do Habitacional Macapaba, na zona norte da capital do Amapá.
O júri, conduzido pelo juiz Murilo Augusto de Faria Santos, começou ainda de manhã, com o sorteio dos integrantes do conselho de sentença. Depois vieram as falas das testemunhas e informantes.
De forma virtual – pois está preso no estado do Pará – o réu falou sua versão dos fatos, mas a defesa preferiu não responder às perguntas da Promotoria, da assistência de acusação e dos 7 jurados.
“Peço perdão pra família. Era pra eu ter morrido no lugar dela. Eu mereço a morte, ela não merecia. Nunca tive a intenção de matá-la, guardei a arma pra um conhecido, na curiosidade tava mexendo e disparou nela”, disse Edigelson, que pontuou que já cumpriu pena por tráfico de drogas e furto.
Sobre a gravidez de três meses da companheira, Edigelson disse que só suspeitava da gestação. Ele tinha um advogado, que abandonou o caso e está sendo assistido no julgamento pela Defensoria Pública.
O promotor de justiça Benjamin Lax falou que apresentou teses para que o réu cumpra pena por homicídio qualificado por motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicidio. Há ainda acusação de crime de fraude processual.
A acusação contrariou a versão do réu sobre ter feito o disparo acidental, dizendo que sua esposa tinha sido assaltada, apresentando vídeos do dia do crime. Usou ainda argumentos que mostravam que o réu era obsessivo e agressivo com a vítima.
Até hoje, a arma do crime não foi apresentada ou encontrada. Um homem de nome William, que ajudou a socorrer Ingridy no dia do crime, foi morto tempos depois dentro de um apartamento no habitacional.
Após o crime, Edigelson Andrade da Silva fugiu. Ele foi preso no dia 4 de novembro de 2022 na igreja que frequentava, em Vila Cabanos, em Barcarena, no Pará.
O julgamento deve ter veredito na noite de hoje, após os debates entre as partes. As famílias acompanham a sessão no Tribunal do Júri do Fórum de Macapá.