Da REDAÇÃO
Em um discurso no Senado Federal, nesta quarta-feira (10), o senador Lucas Barreto (PSD-AP) fez uma grave denúncia sobre uma suposta manobra que, segundo ele, estaria em curso para bloquear a exploração de petróleo na região do Amapá e em outros estados do norte e nordeste do Brasil.
Segundo o senador, o plano envolve a criação da maior unidade de preservação ambiental marinha do país, proposta por Organizações Não Governamentais (ONGs) e instituições acadêmicas, com o apoio da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
Lucas Barreto alertou que, nesta quinta-feira (10), será realizada a 2ª Reunião Técnica para Criação da Maior Unidade de Preservação Integral da Marinha, em São Paulo. O encontro, segundo o parlamentar, é liderado pela ministra, por ONGs como a MaOng, o Instituto de Estudos Avançados e o Centro de Biologia Marinha, ambos da Universidade de São Paulo (USP). A iniciativa conta ainda com o respaldo de órgãos federais ligados ao Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, comandado por Marina Silva.
O plano arquitetado, segundo o senador, prevê a criação de uma extensa reserva ambiental que cobriria todo o mar territorial brasileiro, desde a fronteira com a Guiana Francesa até o limite marinho entre o Piauí e o Ceará. O senador alega que essa ação teria como principal objetivo impedir a exploração das recém-descobertas reservas de petróleo e gás no pré-sal da margem equatorial, que abrange Amapá, Pará e Maranhão.
“Por que os estudiosos da USP não propuseram criar um mosaico de preservação marinha nas regiões de recifes mesófitos da costa do Espírito Santo até o Rio Grande do Sul, onde o estado de São Paulo está inserido? Por que isso vem à tona justo agora, com o anúncio das trilionárias reservas de petróleo na margem equatorial?”, questionou Barreto.
O senador foi ainda mais adiante ao acusar as ONGs envolvidas de utilizarem a conferência climática COP-30, que ocorrerá em 2025, como palco para legitimar o que ele chamou de um “crime de falsidade ideológica”. Segundo ele, essa estratégia não apenas impediria o desenvolvimento econômico da região amazônica atlântica, como também aumentaria a pobreza nos estados afetados, ao limitar suas possibilidades de exploração dos recursos naturais.
Lucas também criticou duramente a ministra Marina Silva e o que chamou de “ecocracia”, uma estrutura de poder “tecnocrático” que, segundo ele, está sendo imposta para controlar decisões-chaves para o desenvolvimento do país sem levar em consideração a realidade política e social da Amazônia. O senador prometeu acionar os demais senadores dos estados afetados e buscar esclarecimentos formais junto ao Governo Federal, além de solicitar uma audiência com a ministra para discutir o tema.
“Esse paradoxo de quanto mais territórios protegidos, mais pobreza se espalha em nossas cidades, precisa acabar. Temos que combater esse poder descontrolado que tenta impedir o progresso dos estados do norte e nordeste do Brasil. Essas ONGs querem utilizar a COP-30 para criar um mega-mosaico marinho de proteção integral e inviabilizarem o desenvolvimento dos estados do Amapá, Pará, Maranhão, Piauí. São um pequeno grupo de especialistas desconectados da realidade política e social do país e, principalmente, da Amazônia”, concluiu o senador.