Macapá pode ter verbas da saúde suspensas por falta de transparência, diz MP

Ministério Público ajuizou denúncia por entender que houve omissão do município da prefeitura de Macapá nos últimos quatro anos
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Por SELES NAFES

A 6ª Vara Cível de Macapá deve julgar até a primeira semana de novembro uma “ação de obrigação de fazer” contra a prefeitura da capital, acusada de “reiterada omissão” na apresentação de documentos obrigatórios de prestação de contas dos recursos da saúde. Além da prefeitura, a Câmara e o Conselho Municipal de Saúde, que deveriam fazer a fiscalização, são alvos da denúncia.

A ação destaca que a gestão Furlan deixou de entregar documentos como o Plano Anual de Saúde (PAS), o Relatório Anual de Gestão (RAG) e os Relatórios Detalhados do Quadrimestre Anterior (RDQA) desde o início de 2021. Essas omissões descumprem a Lei Complementar nº 141/2012 e representam, segundo o órgão, uma afronta ao princípio da transparência, essencial na administração dos recursos públicos.

O processo indica que o não envio desses documentos prejudica o controle social, dificultando a fiscalização e avaliação do Conselho Municipal de Saúde (CMS) sobre a gestão dos recursos, além de impedir a Câmara Municipal de realizar a devida apreciação e debate.

O MP também destaca que a falta de prestação de contas coloca o município em risco de sofrer a suspensão nos repasses federais para a saúde, comprometendo ainda mais o atendimento. Dentre as solicitações, o Ministério Público pede que a prefeitura e a Secretaria Municipal de Saúde, comandada por Érica Aymoré, apresentem os relatórios dos anos de 2021, 2022, 2023 e do primeiro quadrimestre de 2024, sob pena de multa diária de R$ 5 mil em caso de descumprimento.

Sem esses relatórios, há uma preocupação de que a omissão da gestão possa indicar irregularidades na destinação de recursos e no cumprimento das metas estabelecidas para a área.

Ao omitir-se na apresentação dos relatórios, a gestão Furlan, segundo o MP, impede que a Câmara e o Conselho realizem suas funções constitucionais de supervisão, o que representa um desrespeito ao controle social e à transparência pública.

Além da multa proposta, o MP-AP solicita uma multa pessoal ao prefeito de R$ 1 mil por dia de descumprimento

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