Por RODRIGO DIAS
Nem a aflição e o desespero de ver a água invadindo o navio Ana Beatriz VIII sensibilizaram os responsáveis pela embarcação, que foi forçada a parar na Ilha do Capim, em Abaetetuba (PA), durante o trajeto entre Belém e Santana, no Amapá, por risco de naufrágio.
No início da tarde desta terça-feira (15), a fisioterapeuta Vitória Pacheco, uma das passageiras, denunciou a falta de empatia da tripulação. Em um vídeo postado nas redes sociais, ela questiona um funcionário da lanchonete, que também faz parte da equipe de bordo, sobre o acesso ao Wi-Fi. A resposta: o serviço custa R$ 25.
“Imagina você precisar de internet para avisar seus familiares, amigos e tudo mais, e uma empresa irresponsável coloca uma carga excessiva, colocando vidas em risco, onde a principal preocupação é o dinheiro. O ser humano perdeu a noção das coisas. Espero que sirva de exemplo e que tirem essa empresa da rota. Infelizmente, não havia outra opção de barco”, desabafou Vitória.
A jovem, que estava retornando do Círio de Nazaré, em Belém, informou que a previsão para a chegada de outra embarcação, que fará a transferência dos cerca de 300 passageiros, é às 17h30 desta terça.
Enquanto isso, alguns passageiros permanecem incomunicáveis e outros estão com fome, já que a comida a bordo também é cobrada.
Vale lembrar que o acesso à internet já é cobrado nas viagens, no entanto, após um tempo de viagem maior que o previsto, os passageiros estão sem dinheiro para contratar o serviço e até para comer dentro da embarcação.