O adeus ao “imortal” Fernando Canto

O velório foi marcado pelo ritual fúnebre maçônico.
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Por RODRIGO DIAS

Uma despedida honrosa ao Fernando de todos os “Cantos”. No caixão, repousava a bandeira da Universidade de Samba Boêmios do Laguinho, a escola de samba de seu coração. Sob a bandeira, folhas simbolizavam a acácia, planta que representa, por excelência, a Maçonaria e a verdadeira Iniciação, a ressurreição para uma vida futura.

O velório foi marcado pelo ritual fúnebre maçônico, seguido de homenagens de poetas e admiradores, que declamaram belos versos em sua memória. Diversos artistas, personalidades, secretários municipais e estaduais e o governador do Amapá, Clécio Luís, compareceram à despedida.

Sepultamento ocorreu no cemitério São José

No caixão, repousava a bandeira da Universidade de Samba Boêmios do Laguinho, a escola carnavalesca do coração. Foto: Rodrigo Dias

Familiares e amigos se despediram emocionados

“Imortal pela vida, pela obra, pela história, pela ousadia, pela literatura. A morte não é uma palavra para você, para sua vida e sua história, Fernando”, declarou o governador no cemitério.

A esposa, Sônia, agradeceu cada oração e pediu que todos seguissem em frente, colocando as ideias de Fernando cada vez mais em prática. Amigos da literatura expressaram o desejo de manter suas histórias vivas para as novas gerações.

Poeta e professora Carla Nobre compartilhou mais de três décadas de amizade com Fernando

Governador Clécio Também prestou homenagens

Fernando escreveu 18 livros de contos, crônicas e poesias, além de trabalhos científicos nas áreas de sociologia e antropologia, inspirando artistas como a poeta e professora Carla Nobre, que compartilhou mais de três décadas de amizade com ele.

“Fica mais do que Os Periquitos Comem Manga na Avenida, que foi o primeiro livro dele que eu li. Fica mais do que a obra, fica a amizade, ficam as lições e as missões. A última mensagem do Fernando para mim foi retomar a praça da poesia e ajudar a Academia de Letras, e é isso que pretendo fazer. Mesmo não sendo uma imortal, quero deixar o que puder para que o nome do nosso amigo fique eterno”, comentou.

Último adeus foi …

… repleto de emoções

Fernando Pimentel Canto tinha 70 anos. Nascido em Óbidos (PA), teve cinco filhos. Foi sociólogo, professor doutor, poeta, cronista, contista, músico e Membro Fundador do Grupo Pilão. Presidiu a Academia Amapaense de Letras (AAL), integrou o Conselho Editorial do Senado Federal e desempenhou outras funções variadas.

Estava internado há alguns dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Camilo, em Macapá, após agravamento no tratamento contra dois cânceres. Faleceu na tarde da última terça-feira (29).

Seles Nafes
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