Por SELES NAFES
O Partido Socialista Brasileiro (PSB), que durante três décadas teve papel de destaque na política do Amapá, vive agora o ocaso de sua trajetória. Neste domingo (6), a legenda encerrou sua participação nas eleições municipais sem eleger nenhum representante em todo o Estado. A derrota da vereadora Janete Capiberibe, de 75 anos, foi uma espécie de tiro de misericórdia.
Tradicionalmente uma das candidatas mais votadas em eleições proporcionais, Janete obteve apenas 1.977 votos nesta eleição. Outro nome importante da legenda, o vereador Allan Ramalho, também não teve sucesso, conquistando apenas 1.328 votos. No total, o PSB teve 17 candidatos na capital. Em nenhum dos outros 15 município também houve vencedores.
Além de Janete, Clara Capiberibe, outra integrante da família que concorreu pelo PSB, teve uma votação ainda mais modesta: 168 votos dos 245,9 mil eleitores que participaram da eleição para a Câmara Municipal de Macapá, neste ano.
A decadência do PSB no Amapá não é recente. O enfraquecimento começou em 2014, quando Camilo Capiberibe, então governador, se tornou o primeiro chefe do Executivo estadual a não ser reeleito na história do estado.
Quatro anos depois, em 2018, o então senador João Capiberibe, pai de Camilo, foi derrotado por seu principal adversário, Waldez Góes (PDT), que garantiu naquele ano um inédito quarto mandato como governador. Na mesma eleição, Janete Capiberibe também perdeu a disputa pelo Senado, sendo superada por Lucas Barreto (PSD). Camilo, no entanto, conseguiu uma vaga na Câmara dos Deputados, mas não manteve o posto em 2022.
Com as derrotas de Janete Capiberibe e Allan Ramalho, o PSB perde seus últimos representantes com mandato na capital amapaense. A ausência de renovação interna, somada à concentração do partido em torno da família Capiberibe, transformou a legenda de protagonista a coadjuvante, deixando-a, agora, à beira do papel de figurante no cenário político.
O PSB, que outrora direcionou o destino do estado, enfrenta um futuro incerto e caminha para se tornar mais um partido nanico no Amapá.