Assistente social que filmou homicídio de fazendeiro nega premeditação

A testemunha de 42 anos prestou depoimento na Delegacia de Polícia após a prisão de Francisco Canindé, marido da prefeita de Amapá
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Por SELES NAFES

Um assistente social de 42 anos foi ouvido como testemunha pela Polícia Civil do Amapá após ter gravado o assassinato do fazendeiro Antônio Candeia Oliveira, conhecido como “Maranhão”, ocorrido no último sábado (23) em uma fazenda no município de Amapá, a 310 km de Macapá. Maranhão, de 80 anos, foi morto a tiros durante uma discussão sobre a venda de terras.

Em depoimento ao delegado Stephano Dagher, ele negou qualquer premeditação no crime e afirmou que começou a filmar os acontecimentos a pedido de um dos ocupantes da picape dirigida por Francisco Canindé da Silva, também fazendeiro e marido da prefeita eleita de Amapá, Kelley Lobato (União). Canindé foi preso em flagrante por homicídio qualificado por motivo torpe e está sob investigação como suposto mandante do crime. Ontem (24), ele teve a prisão convertida em preventiva.

“Apenas testemunha”

O assistente social relatou à polícia que estava na fazenda com um grupo que incluía Canindé e Antônio Carlos Lima Araújo, sargento da reserva do Exército e apontado como o executor dos disparos que mataram Maranhão. Ele afirmou que, no início da discussão entre Canindé e Maranhão, foi instruído a gravar o que acontecia.

Assistente social filmou todo o conflito…

…depois deixou o local em aparente desespero

O vídeo mostra uma discussão acalorada entre os envolvidos, que culmina com Antônio Araújo atirando contra Maranhão após empurrá-lo. Segundo  o assistente social, ele teria ficado abalado ao perceber a gravidade dos fatos e nem se recorda como voltou para casa.

 

Depoimento do assistente social. Foi ele quem forneceu o vídeo à polícia durante a oitiva

Negativa de premeditação

Apesar de a investigação apontar que o grupo teria planejado provocar o idoso para simular legítima defesa, ele negou essa versão, e declarou que não houve nenhum diálogo entre os integrantes do grupo que sugerisse intenção de provocar ou de matar Maranhão.

O assistente também assegurou que só percebeu que Antônio Araújo estava armado durante o bate-boca. No domingo (24), o delegado informou que trabalha com a hipótese de que o grupo, liderado por Canindé, foi à fazenda com o objetivo de confrontar Maranhão e que a filmagem foi uma tentativa de legitimar o crime como defesa contra uma possível reação armada do fazendeiro.

Araújo está com a prisão decretada e é considerado foragido.

Seles Nafes
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