Por RODRIGO DIAS
Após várias denúncias de pais, responsáveis e moradores, um empresário de 66 anos foi preso na manhã desta sexta-feira (1°), por crimes contra crianças e adolescentes. O cumprimento dos mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão ocorreram no empreendimento do acusado, uma gráfica que fica localizada na Rua General Rondon, no Bairro do Laguinho, em Macapá.
Segundo a delegada Clívia Valente, da Delegacia Especializada em Repressão a Crimes Contra Criança e Adolescente (DERCCA), havia uma grande circulação de crianças e adolescentes no estabelecimento do investigado. Durante o trabalho de inteligência, foi feita campana policial e foram registradas imagens – que segundo a delegada, não têm justificativa.
“Ele foi flagrado com duas adolescentes dentro do quarto dele. Nós conseguimos carrear elementos suficientes pra representar pela prisão dele. São crianças e adolescentes de extrema vulnerabilidade social, então ele atraía com alimento, com lanches e principalmente dando oportunidade pra que eles utilizassem os computadores do estabelecimento dele até tarde da noite, eram horários fora da normalidade. A vizinhança percebia, há muitas denúncias dos vizinhos”, detalhou.
Conforme a delegada, as vítimas entravam cedo no local, no horário da aula ou depois da escola. As portas-rolante eram baixadas e as crianças e adolescentes ficavam lá dentro.
Segundo a polícia, há indícios veementes da prática de abusos: vizinhos relataram ter ouvido crianças chorando e que alguém dizia: “oh, se chorar não vai mais pegar dinheiro”.
A investigação aponta ainda que, anteriormente, o estabelecimento do empresário era no Bairro do Pacoval, onde a polícia comprovou que lá ele cometia a mesma prática.
“Alguns pais tiraram satisfações e ele foi expulso da comunidade, além de ser ameaçado de morte por um integrante de organização criminosa porque ele passou a chamar a irmã do criminoso para frequentar seu estabelecimento”, pontuou a delegada.
Com a mudança para o Laguinho, a prática continuou. Na casa do investigado foram apreendidos computadores e celulares. Aos agentes, tentou justificar alegando que fazia projeto social.
“Ele responderá por exploração sexual e favorecimento à prostituição. Temos, também, o estupro de vulnerável. Temos conhecimento de quatro crianças vítimas que as mães vieram aqui, mas temos imagens de outras crianças que a gente precisa localizar os responsáveis e também ver no material que foi apreendido. Acreditamos que há muitas outras vítimas, quem souber, pode nos procurar”, finalizou a delegada Clívia.
A polícia não divulgou o nome do empresário, mas a reportagem apurou que pelo local e pela foto trata-se de Lucivo Armando Block.