Por SELES NAFES
A produtora responsável pela 14ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos, organizada em Macapá pela Universidade Federal do Amapá (Unifap), pediu desculpas publicamente após a polêmica gerada pela exibição de um filme para alunos adolescentes da Escola Barão do Rio Branco. A obra, que incluía cenas de nudez e conteúdo erótico com temática homoafetiva, gerou forte reação.
O filme nacional Cidade; Campo, exibido no dia 19 de novembro, aborda entre outros temas o relacionamento entre duas mulheres, uma delas obesa e negra. Durante a sessão para os estudantes de Macapá, uma cena romântica entre as duas atrizes com nudez e sexo (sem conteúdo explícito) foi gravada por um aluno.
O vídeo, que também registrou as reações ruidosas dos estudantes com idades de 12 a 14 anos, circulou em grupos políticos de direita e redes sociais, nesta quinta-feira (28), com o discurso de que se tratava da política educacional do Estado. O que foi desmentido pela organização.
A produção do festival, vinculada à Unifap, assumiu a responsabilidade pelo ocorrido e afirmou que a escolha do filme foi um erro decorrente de uma falha na análise da classificação indicativa. Segundo a organização, a classificação etária é definida pela empresa que produz.
“Eximimos a Escola Barão do Rio Branco e a produção local, conduzida pelo professor Aldrin Santana, de qualquer responsabilidade pelo ocorrido”, declarou a coordenação da mostra, sediada em Niterói (RJ).
O professor Aldrin Santana, responsável pela organização local, também se pronunciou.
“Reconhecemos a gravidade da situação e reafirmamos nosso compromisso com a ética, a responsabilidade e o respeito ao público que prestigia a Mostra”, disse o professor em outra nota.
A Mostra de Cinema é uma iniciativa realizada há uma década e meia pelo Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, do governo federal.