Por RODRIGO DIAS
O caso envolvendo o cabo da Polícia Militar Gerffson Rodrigues Silva, de 42 anos, preso após atirar contra Viviane de Sá Carvalho, de 23 anos, durante uma confusão em Mazagão, ganhou mais um desdobramento com a defesa do militar apresentando a sua versão dos fatos.
O advogado Renato Nery argumentou que o policial agiu movido por “violenta emoção” ao presenciar uma tentativa de agressão contra sua mãe, uma senhora idosa.
“A confusão foi motivada por uma tentativa de agressão à mãe do policial, uma senhora idosa, moradora de Mazagão. Testemunhas de defesa afirmaram que alguns familiares vinculados à vítima ameaçaram retornar e atear fogo na residência da mãe do militar. Tomado por violenta emoção após presenciar a tentativa de agressão contra a sua genitora, houve lesões corporais e um disparo de arma de fogo”, afirmou o advogado.
O incidente ocorreu na madrugada de segunda-feira (18) e foi registrado por populares. Nas imagens, Gerffson, visivelmente alterado, aparece discutindo e ameaçando pessoas, inclusive sacando sua arma e disparando contra Viviane, atingindo-a na perna. Após o disparo, o militar ainda agrediu outros moradores, incluindo uma senhora e um rapaz, até ser contido por populares.
Apesar das acusações, a defesa destacou o histórico profissional do cabo, afirmando que ele é um policial exemplar e sem antecedentes criminais.
“O policial coleciona elogios na corporação pela sua atuação enérgica no combate à criminalidade, é primário, tem residência fixa em comarca diversa do crime. Ele não teve a intenção de matar a vítima. Há um excesso na tipificação penal por parte do delegado de polícia, mas a defesa respeita o entendimento da autoridade policial, embora discorde e provará durante o processo criminal”, pontuou Nery.
Gerffson, que recebeu ferimentos durante a confusão, foi liberado para responder ao processo em liberdade após audiência de custódia realizada pelo juiz Luís Kopes Brandão, da Comarca de Mazagão. O magistrado considerou o crime grave, mas entendeu que a prisão preventiva não era necessária. O militar deverá cumprir medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de portar armas e recolhimento domiciliar a partir das 19h.
O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil, enquanto a Polícia Militar instaurou um processo administrativo para apurar a conduta do cabo. Se as acusações forem confirmadas, Gerffson poderá ser expulso da corporação. Enquanto isso, Viviane permanece em recuperação no hospital e fora de perigo.