Por OLHO DE BOTO
Dono da candidatura a vereador que revelou a tentativa do crime organizado de infiltração na política do Amapá, Luanderson Oliveira Alves, o Caçula, foi preso nesta quarta-feira (4) pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope).
A prisão aconteceu dentro Operação Renoe, de âmbito nacional, que reúne as Companhias de Rondas Ostensivas Táticas Motorizadas (Rotam) de todo o país, uma mobilização nacional coordenada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública.
De acordo com o tenente Michael, da Rotam do Amapá, Caçula tinha um mandado de prisão em aberto pelos crimes de formação de quadrilha, tráfico de drogas e crime eleitoral.
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Caçula foi preso quando chegava na casa dos pais, na zona norte de Macapá
O mandado foi expedido pela Justiça Eleitoral e reforça o envolvimento do ex-candidato com a facção criminosa Família Terror do Amapá (FTA), conforme apontado pela Polícia Federal em investigações anteriores.
Caçula já havia sido alvo de outra operação, a Herodes, deflagrada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) em setembro. Ele é acusado de utilizar sua candidatura como um meio de financiamento de campanhas eleitorais ligadas à facção e de coagir moradores do conjunto habitacional Macapaba a votarem nele e em aliados políticos.
Nas eleições de 6 de outubro, ele obteve apenas 354 votos, mas a investigação aponta que ele exercia a função de “gerente patrimonial” da facção, controlando recursos financeiros e logísticos do grupo criminoso.
Caçula foi entregue na sede da Polícia Federal, na zona norte de Macapá.
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Caçula é acusado de envolvimento com facção e de coagir moradores do conjunto habitacional Macapaba a votarem nele
Operação Renoe
Segundo o major Hércules, do Bope do Amapá, a Operação RENOE (Rede Nacional de Operações Ostensivas e Especializadas) tem como objetivo reduzir índices criminais em áreas com alta incidência de violência e tráfico de drogas. Durante os próximos cinco dias, o Amapá será palco de ações voltadas à captura de foragidos e incursões em zonas consideradas “vermelhas” pela inteligência policial.