Por SELES NAFES
Cerca de 80 funcionários da Mina Tucano, mineradora de ouro localizada em Pedra Branca do Amapari, a 187 km de Macapá, vivem um fim de ano marcado por incertezas e dificuldades. Há dois meses, enfrentam atrasos salariais, e nesta semana foram surpreendidos pelo cancelamento do plano de saúde.
Neste sábado (28), os trabalhadores realizaram uma manifestação em frente à sede do Ministério Público do Estado, em Pedra Branca, buscando apoio do poder público para a crise que começou a afetar os funcionários a partir de outubro. O cancelamento do plano de saúde ocorreu devido à inadimplência da empresa com o pagamento do benefício, o que já vinha ocasionando suspensões temporárias no atendimento.
Funcionários relataram ao Portal SN que a situação vai além dos atrasos salariais e da suspensão do plano de saúde. O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) está sem depósito há cerca de oito meses.
“Nem nosso vale-alimentação foi pago. Passamos o Natal sem receber. Pagaram apenas uma parcela do 13º salário, e não nos dão qualquer tipo de informação”, desabafou um dos trabalhadores.
A crise financeira da Mina Tucano já havia sido evidenciada em novembro, quando o Portal SN registrou uma fábrica recolhendo caminhões de mineração que haviam sido adquiridos pela mineradora, mas não pagos.
Divergências entre sócios
Fontes internas da empresa informaram que os problemas começaram com desentendimentos entre investidores sobre o controle das operações em Pedra Branca. Essa instabilidade levou à paralisação das atividades, agravando a situação financeira da mineradora e impactando diretamente a arrecadação municipal. Como consequência, a prefeitura local decretou estado de calamidade financeira.
A situação permanece delicada. Os trabalhadores não foram recebidos por ninguém do MP, mas deram entrada em uma representação.