Por SELES NAFES
Com um pequeno trecho pavimentado e obras em andamento, quem trafega pela BR-156 no sentido sul, rumo ao município de Laranjal do Jari, a 270 km de Macapá, percebe melhorias significativas na rodovia, mesmo com 90% do trajeto ainda em terra. No entanto, essa sensação tende a desaparecer com o início de mais uma estação chuvosa.
A viagem de carro a partir de Macapá (três horas e meia de duração) começa na zona norte da capital, no km 0 da BR-210. No km 21, uma rotatória dá acesso à BR-156 em direção ao sul do Amapá, onde estão localizados os municípios de Laranjal do Jari e Vitória do Jari, que, juntos, somam quase 100 mil habitantes, e estão na divida com o Estado do Pará.
Os primeiros 8 quilômetros desse percurso foram asfaltados pelo Exército. O restante é composto por centenas de quilômetros de estrada de terra, mas a rodovia tem recebido manutenção regular. Apesar da ausência de buracos ou trechos críticos, a estrada continua perigosa devido à piçarra solta, o que exige cautela dos motoristas.
Por essa razão, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) instalou dezenas de placas ao longo do trajeto, alertando sobre a necessidade de manter a velocidade máxima de 60 km/h.
Poucos sabem, mas o km 0 da BR-156 está localizado em Laranjal do Jari. No KM 68, encontra-se o acampamento do 8º Batalhão de Engenharia de Construção do Exército, responsável pela pavimentação dos 60 KM do Lote 4.
O acampamento foi mobilizado em julho 2021, durante o governo Bolsonaro, com recursos indicados pelo senador Davi Alcolumbre. Entretanto, pouco progresso foi alcançado ao longo de cerca de quatro anos. O início das obras enfrentou diversas interrupções, principalmente devido à demora na obtenção de licenças ambientais e à necessidade de ajustes no projeto de engenharia.
No final de novembro, o ministro dos Transportes, Renan Filho, esteve no Amapá para assinar ordens de serviço referentes à pavimentação dos trechos norte e sul da BR-156, partindo de Laranjal do Jari. No entanto, a empresa responsável ainda aguarda a emissão do licenciamento ambiental para dar início à mobilização do canteiro de obras.