Por SELES NAFES
A guerra nos bastidores pela presidência da Câmara Municipal de Macapá (CMM) atingiu um novo patamar de tensão na sexta-feira (28), após o rompimento entre os grupos do conselheiro de contas Michel JK e do prefeito Antônio Furlan (MDB). A crise culminou na exoneração da presidente da CTMac, Patrícia Almeida (indicada por JK). A demissão teria ocorrido de forma abrupta e, segundo relatos, nada elegante.
Patrícia foi informada da decisão enquanto almoçava, por meio de uma ligação do gabinete civil, que avisou que ela ‘não precisaria retornar ao trabalho’. O episódio escancarou o clima de animosidade que tem marcado a eleição da mesa diretora da Câmara.
Nos últimos dois anos, a advogada Patrícia Almeida esteve na linha de frente da prefeitura em disputas estratégicas com os empresários do transporte público. Ela liderou ações importantes, como a intervenção municipal nas garagens das empresas, a introdução da empresa Nova Macapá no sistema e a batalha jurídica com o Setap pelo controle da bilhetagem, na qual a prefeitura saiu vitoriosa.
O estopim para a crise teria sido o vazamento de informações indicando que Marcelo Dias (PRD), atual presidente da CMM e aliado do grupo JK, estaria dialogando com a chapa de DaLua, adversária de João Mendonça, candidato apoiado por Furlan. Essa aproximação foi vista pelo prefeito como uma traição. Em retaliação, ele exonerou Patrícia e de toda a diretoria da CTMac, também ligada ao grupo JK.
Patrícia comunicou aos colegas sobre sua exoneração num grupo de WhatsApp que reúne os servidores com cargos na companhia. Um servidor de carreira foi designado para assumir a direção da companhia de forma interina.
A eleição para a mesa diretora da CMM está marcada para o dia 1º de janeiro, e duas chapas já foram oficializadas: a de DaLua (UB) e a de João Mendonça (PRD). O cenário promete novos capítulos de disputas e articulações nos próximos dias.