Após músico divulgar calote de 4 meses, prefeitura de Macapá decide pagar por apresentação

Júnior dos Teclados foi contratado pela Fundação para fazer um show para servidores públicos municipais, no dia 3 de agosto de 2024, mas até hoje (2), ainda não havia sido pago.
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Por ALLAN VALENTE

Depois de 4 meses da apresentação e de um após desabafo nas redes sociais, o cantor e músico amapaense Júnior dos Teclados finalmente vai receber o cachê atrasado da Prefeitura de Macapá.

O artista movimentou as redes sociais essa semana ao revelar que foi contratado pela Fundação Municipal de Cultura (Fumcult) fazer um show para servidores públicos municipais, no dia 3 de agosto de 2024, mas até hoje (2), ainda não havia sido pago.

Em postagem feita esta semana, Júnior criticou a falta de valorização dos artistas locais e a desigualdade no tratamento dado aos artistas de fora do estado. Em entrevista ao Portal Seles Nafes – dada antes dele receber a informação de que sairia o seu pagamento – ele confirmou as críticas.

“Toquei no evento da prefeitura, dia 3 de agosto de 2024. Já estamos hoje em 2 de janeiro de 2025. O que eu não consigo entender não é pelo valor, mas pela diferença de tratamento. Por que pagam bandas de fora com valores tão altos, 50% antecipado e o restante adiantado quando chegam aqui, mas deixam o artista da terra esperando por meses?”, questionou o músico.

Com quase três décadas de carreira, ele lamentou a postura da gestão municipal em relação aos músicos locais.

Postagem sobre o atraso de pagamento

“Nós, artistas amapaenses, moramos aqui, nossos filhos estudam aqui, prestamos serviço à cultura há 30 anos. E o que recebemos é desvalorização. Não é só comigo, tem outros artistas que estão na mesma situação. Por que esse menosprezo com a cultura local?”, desabafou.

Júnior dos Teclados, que cobrava R$ 3 mil pela apresentação, disse que o problema vai além do valor.

“Não é pelo dinheiro, mas pela falta de respeito com quem dedica a vida à cultura local. Aí quer dizer que quem vem de fora ganha 300 mil, R$ 400 mil, R$ 500 mil. Nós somos a amapaenses, moramos aqui, nossos filhos estão aqui, estudam aqui, prestamos serviço da cultura há 30 anos, vamos fazer agora em fevereiro, vamos fazer 30 anos prestando serviço à cultura amapaense. E aí vem pessoas que têm uma caneta na mão, desvalorizar, fazer isso. Então, é isso que eu não concordo. Espero que essa situação sirva para que os próximos artistas sejam tratados de maneira mais justa”, afirmou.

Após a repercussão do caso, portal Seles Nafes procurou a prefeitura e chegou a manter contato com a secretária de cultura do município, Luara Albuquerque, que incialmente não deu resposta, mas depois que Júnior dos Teclados avisou à reportagem que a Fumcult lhe confirmou que a situação seria resolvida, deu retorno informando que “já foi tudo alinhado com o artista em questão. E a Fundação Municipal de Cultura, bem como a gestão da Prefeitura Municipal de Macapá segue com o objetivo de valorizar e respeitar o artista local”.

Após o pagamento, o artista não quis mais falar sobre o assunto.

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